Deputada Márcia Lia questiona Saúde por falta de imunossupressores





Há dois anos distribuição dos medicamentos Tacrolimo e Micofenolato de Sódio está instável

A deputada estadual Márcia Lia está oficiando a Secretaria de Estado da Saúde para prestar esclarecimentos sobre como está contornando o desabastecimento de dois imunossupressores no Estado de São Paulo. Há 2 anos, o Ministério da Saúde distribui os medicamentos de forma irregular, mas o problema atingiu ponto mais crítico nesse semestre, segundo o Ministério Público Federal.

O requerimento de informação da deputada Márcia Lia aponta os problemas de abastecimento dos medicamentos tacrolimo e micofenolato de sódio desde 2016 e quer saber do secretário Marco Antonio Zago quais medidas foram tomadas para a regularização do fornecimento e qual a perspectiva de normalização da distribuição do produto.

Os remédios são utilizados por pessoas que passaram por transplante de fígado e rins para evitar a rejeição dos novos órgãos e outras complicações. Só no Estado de São Paulo há 23,6 mil pacientes dependentes dos dois medicamentos, de acordo com o MPF.

O documento apresentado pela deputada Márcia Lia quer saber quanto desses imunossupressores o Ministério da Saúde envia ao Estado de São Paulo mensalmente, para onde eles são encaminhados, com que regularidade são solicitados na rede e se existem substitutos ou genéricos para esses produtos. O requerimento também solicita a relação das cidades afetadas pelo desabastecimento.

“Temos a informação de que a cidade de Campinas teve pacientes afetados pelo desabastecimento desses medicamentos e queremos saber qual a amplitude do problema. É uma situação séria e grave, que coloca em xeque a vida das pessoas. Não podemos brincar com isso”, fala a deputada Márcia Lia.

No mês passado, o MPF em São Paulo ajuizou ação contra o Ministério da Saúde para que fosse feita a regularização da distribuição dos remédios na rede pública e determinou o envio imediato de 224,3 mil comprimidos de tacrolimo para o tratamento de 442 pacientes recém-transplantados.

Como medida de emergência, a Procuradoria ainda pediu a liberação de estoques de segurança para cobrir ao menos 30 dias de tratamento em São Paulo.

Segundo a ação, o Hospital do Rim, em São Paulo, registrou já no final do ano passado casos de disfunção aguda após transplantes decorrente da falta dos medicamentos.