Copom deve manter juros em 6,5% ao ano, prevê mercado




O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, deve manter a taxa básica de juros em 6,5% na reunião que se encerra nesta quarta-feira. A taxa está em 6,5% desde a reunião do Copom de março. Se confirmada a expectativa, a Selic permanecerá no menor patamar da história.
Na análise dos bancos e corretoras, os efeitos da greve de maio dos caminhoneiros já mostraram ter sido transitórios, não devendo dessa forma influenciar a decisão dos membros do Copom.
“Mesmo com a paralisação recente dos caminhoneiros tendo um efeito forte no quadro de inflação, o efeito já se mostra transitório nas coletas que acompanhamos, o que nos permite traçar um Banco Central mantendo a taxa de juros do patamar atual de 6,5% até o final de 2018”, afirma relatório sobre cenários econômicos da XP Investimentos.
Essa é a mesma previsão feita pelo Itaú-Unibanco, Santander e Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac). Apesar do impacto da greve sobre os preços, os bancos entendem que o ritmo de atividade econômica está muito baixo, o que permite manter a Selic em 6,5% até o começo de 2019. “Com o choque se dissipando, o que permanece como pano de fundo para o cenário de inflação é o ritmo de recuperação da economia, que se tornou mais lento após os acontecimentos recentes, em especial o aperto das condições financeiras”, diz relatório assinado pelo economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita.
Para ele, o cenário de crescimento lento, capacidade ociosa e inflação sob controle deve evitar aumentos de juros nas próximas reuniões. “Só ocorreriam [aumento da Selic] em caso de novos e significativos choques que alterem a trajetória prospectiva e o balanço de riscos para a inflação.”
Para a XP Investimentos, somente um cenário eleitoral complicado poderia levar o Copom a iniciar a elevação dos juros ainda em 2018.
“Em um cenário pessimista, podemos traçar eleições mais complicadas, que fariam o Banco Central começar uma normalização neste ano. Isso pode ocorrer por conta das expectativas de inflação desancorando, após a percepção negativa dos investidores em torno da vitória de determinado candidato. Assim vemos que a Selic poderia encerrar o ano em 8%”, diz.

Fonte: Veja