Lava Jato prende executivo por suspeita de fraude em privatização




Um desdobramento da operação Lava Jato no Rio de Janeiro prendeu na manhã desta quinta-feira o executivo Edson Menezes, ex-superintendente do banco Prosper e ex-presidente da Bolsa de Valores do Rio. Ele é investigado pelo pagamento de propina para a contratação da instituição financeira no processo de leilão do Banco do Estado do Rio de Janeiro (BERJ).
Em 2006, o governo do Rio de Janeiro contratou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para elaborar consultoria independente para fixar o preço mínimo da alienação das ações do BERJ. Ao mesmo tempo, a FGV Projetos foi contratada para realizar os estudos de precificação da folha de pagamento dos funcionários do estado.
O edital de leilão do banco, lançado em 2010, previu o pagamento de 3% sobre o valor total alcançado na venda para o pagamento da consultoria independente. Ao final do processo, em 2011, foi identificado o pagamento de R$ 3,12 milhões pela FGV ao Prosper a título de prestação de serviços.
De acordo com os procuradores da República integrantes da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro, estes elementos confirmam o que foi trazido no depoimento de um dos colaboradores: que o então governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral condicionou a realização do leilão do BERJ, somada à folha de pagamento dos servidores estaduais para tornar o negócio mais atraente, à contratação do Prosper para recebimento de vantagem indevida.
Em contrapartida, ainda segundo os investigadores, Edson Menezes realizou pagamentos ao grupo de Sérgio Cabral tanto em espécie quanto por meio da aquisição de vinhos de mais de mil dólares no mercado internacional, paga por uma de suas offshores. Além disso, foram encontrados registros no sistema Bankdrop, revelado na Operação Câmbio, Desligo, de pelo menos cinco operações de dólar-cabo e lavagem de capitais da offshore junto operadores financeiros de Cabral. A FGV Projetos ainda não se manifestou.
(com Estadão Conteúdo)