Pentágono alerta sobre preparação da China para ‘provável’ ataque aos EUA




As forças militares da China ampliaram suas operações de bombardeio em longa distância e o treinamento de seus pilotos nos últimos anos para “provável” ataque aos Estados Unidos e seus aliados, informou ontem (16) o Pentágono em relatório anual encaminhado ao Congresso americano.
A avaliação militar surge em um momento de tensões crescentes entre os Estados Unidos e a China na arena comercial. No relatório, o Pentágono ressalta os esforços chineses para aumentar sua influência global e a expansão de seus gastos com defesa.
O orçamento militar chinês superou 190 bilhões de dólares em 2017. O americano, porém, continuou mais expressivo – 700 bilhões de dólares no período. Apesar da projeção de retração no crescimento econômico na China, o orçamento de defesa deverá superar 240 bilhões de dólares em 2018.
O Exército Popular de Libertação desenvolve a “capacidade para atacar as forças americanas e aliadas e as bases militares do Oceano Pacífico ocidental, incluindo Guam”, destaca o relatório. O documento menciona ainda a tendência de Pequim estabelecer novas bases militares em países como o Paquistão e assinala os seus preparativos para uma “contingência” no Estreito de Taiwan, que pode se desdobrar em reunificação forçada da ilha.
“Ao longo dos últimos três anos o EPL expandiu rapidamente suas áreas de operações de bombardeiros sobre as águas, ganhando experiência em regiões marítimas críticas e provavelmente treinando para ataques contra alvos dos EUA e aliados.”
No ano passado, o presidente da China, Xi Jinping, ordenou ao Exército Popular intensificar os seus esforços para desenvolver uma força capaz de “lutar e ganhar” guerras. “O propósito destas reformas é criar uma força terrestre mais móvel, modular e letal capaz de ser o núcleo das operações conjuntas e de cumprir a orientação de Xi Jinping de ‘lutar e ganhar'”, assinala o relatório.
Com quase um milhão de homens, o Exército Popular é a maior força terrestre permanente do planeta. Neste ano, a Força Aérea chinesa pousou bombardeiros em ilhas e recifes do Mar do Sul da China, como parte de um exercício de treinamento na região disputada.
Em janeiro o Pentágono fez da contraposição a Pequim, além da Rússia, um dos pilares de sua estratégia de defesa.
Embora Washington e Pequim mantenham um canal de entendimento  entre seus militares para conter as tensões, essa válvula de escape foi posta à prova nos últimos meses. Em maio, o Pentágono cancelou um convite enviado à China para participar de um exercício naval multinacional.
No mês seguinte,  o secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, tornou-se o primeiro chefe do Pentágono a visitar a China desde 2014.
(Com AFP e Reuters)