A depressão em Araraquara: você se identifica?















A depressão é um assunto recorrente quando se trata de doenças, ou você vive esse transtorno ou conhece alguém que têm. Apesar de todos os informativos sobre a doença, há pouca familiaridade, é comum ainda ouvir de algumas pessoas que depressão é “frescura” ou “falta de trabalhar”. Mas a final, e você? Sabe a fundo como esse transtorno se da? E no que esse transtorno pode estar relacionado com a cidade que você mora, Araraquara? Para tanto, continue lendo o artigo e descubra porque essa doença é considerada um problema prioritário de saúde pública. Classificado como um transtorno de humor (unipolar ou bipolar), a depressão possui vários subtipos, neste artigo falarei de três, que mais tenho contato na clínica: episódio ou fase depressiva e transtorno depressivo recorrente, distimia e depressão atípica. É comum nesses subtipos depressivos encontrar o humor triste e o desânimo presentes como principais sintomas. Além disso, existem outras alterações comuns dentro da: -afetividade (apatia, sentimento de tédio, irritabilidade aumentada, angústia ou ansiedade, etc); - esfera instintiva e neurovegetativa (fadiga, incapacidade de sentir prazer em várias esferas da vida, desânimo e diminuição da vontade, insônia, perda de apetite, etc); - esfera ideativa (ideias negativas, pessimismo, ideias de morte, de arrependimento e culpa etc); - cognitiva (dificuldades de atenção e concentração, dificuldade de tomar decisões, etc); - autovaloração (sentimento de auto-estima diminuída, de insuficiência, de incapacidade, etc); - volição e psicomotricidade (tendência a permanecer na cama por todo o dia, recusa à alimentação, à interação pessoal, etc); - e por último, dos sintomas psicóticos (idéias delirantes de conte Além do mais, existe um fator relevante, além dos biológicos, genéticos e neuroquímicos que contribui nos diversos quadros depressivos. Do ponto de vista psicológico, as síndromes depressivas têm uma ligação fundamental com as experiências de perda, seja elas de um emprego, um ente familiar, moradia, status econômico, entre outros. Quanto ás classificações descrevo-as logo abaixo. Episódio ou fase depressiva e transtorno depressivo recorrente Em termos de sintomas, neste subtipo precisam estar evidentes sintomas como o humor deprimido, incapacidade de sentir prazer em várias esferas da vida, fatigabilidade, diminuição da concentração e da auto-estima, ideias de culpa e de inutilidade, distúrbios do sono e do apetite. Tais sintomas precisam estar presentes por pelo menos duas semanas e não mais que por dois anos sem interrupção. Costumam durar por volta de 3 e 12 meses. Quando surge ao longo da vida, mais de um episódio depressivo pode-se desenvolver o transtorno depressivo recorrente. Distimia É uma depressão crônica, muito duradoura e geralmente com intensidade leve. Têm início no começo da vida adulta e persiste por vá-rios anos. Dentre os sintomas estão presentes a diminuição da auto-estima, fatigabilidade aumentada, dificuldade em tomar decisões ou de concentrar, mau humor recorrente, irritabilidade e sentimento de desesperança. Os sintomas devem manifestar-se de forma ininterrupta por pelo menos dois anos. Depressão atípica Ocorre em episódios depressivos de intensidade leve a grave,e, além dos sintomas depressivos gerais ocorre o aumento do apetite e/ou ganho de peso (principalmente para doces), hipersormnia (dormir mais de dez horas por dia, ou duas horas a mais que o estado normal), sensação do corpo muito pesado, sensibilidade exacerbada á manifestações de rejeição, reatividade do humor aumentada de acordo com eventos positivos e também piora frente á eventos negativos, fobias. O que a cidade de Araraquara tem a ver com a depressão? Araraquara possui um número grande de moradores que estão estudando nas universidades espalhadas por seu território, grande parte desses estudantes são de fora e mudam de cidade para acompanhar a rotina do mundo acadêmico, e com isso, algumas mudanças são sentidas com dificuldades, como por exemplo, ficar longe dos cuidados dos pais, assumir responsabilidades domiciliares e lidar com as exigências do ensino das universidades. Muitas vezes faz-se necessário uma ajuda externa ou profissional que possa facilitar esta adaptação, principalmente no acolhimento e aconselhamento das angústias frente a essa fase de mudanças. Apesar de não haver estudos e pesquisas em cima do tema, alguns moradores de fora consideram a pouca receptividade dos residentes como hostil, levando em consideração a dificuldade em socializar, participar de grupos e sentirem-se acolhidos, porém não é um dado generalizante. Um ambiente hostil pode ser um aspecto importante que pode contribuir para o surgimento de sintomas depressivos. A falta de ações públicas ou privadas voltadas para a saúde mental na cidade é também, um dado relevante para ser levado em consideração quando pensado no tema depressão. Viabilizar ações de conscientização nas escolas, empresas, centros sociais, universidades poderiam reduzir a incompreensão sobre o fenômeno, e, de certa forma, ajudaria a identificar e talvez até mudar a forma do comportamento frente á doença, diminuindo os estigmas e facilitando o sentimento de aceitação por quem sofre. Para isso, também seria necessário o aumento de ações voltadas á atuação do cuidado de psicopatologias. Caso você tenha se identificado ou queira saber sobre formas de tratamento ou diagnóstico/compreensão, me procure em minha clínica. Psicóloga clínica Pamela Rovere CRP 06/144921, psicoterapia com jovens, adultos e idosos. Atendimento em Araraquara. Valores acessíveis e humanizados. Contato: (16) 99783-6469. Siga-me no Instagram: @pamelarovere e Facebook: @psicologapamelarovere. Referência DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2ª edição. Campinas: Artmed, 2008.