PM prende em Ibaté ex-policial condenado pelo sequestro do enteado de Marcola




A Polícia Militar prendeu na tarde desta terça-feira (9), em Ibaté, o ex-policial civil, Augusto Peña, condenado a 22 anos de prisão pelo sequestro de Rodrigo Olivetto de Morais, enteado de Marcola, apontado pela polícia e Ministério Público como líder máximo da facção PCC (Primeiro Comando da Capital).
Os cabos Bortolozzo e Fabio realizavam patrulhamento pela rua Visconde de Pelotas, no bairro São Benedito, quando visualizaram uma pessoa em atitude suspeita no portão de uma residência. Ao perceber a presença da viatura, o homem entrou na casa.
Os policiais chamaram pela pessoa e foram atendidos por Augusto. Quando consultado seu nome junto ao sistema Prodesp, constou como procurado pelo crime de extorsão mediante sequestro (artigo 159 do código penal).
O acusado recebeu voz de prisão e foi encaminhado ao Centro de Triagem de São Carlos.
O caso
O enteado de Marcola foi levado para a Delegacia Central de Suzano. Os ex-policiais o espancaram, o ameaçaram e exigiram R$ 1 milhão para não prendê-lo sob a falsa acusação de tráfico de drogas.
O PCC pagou R$ 300 mil e Rodrigo foi solto. Os ex-policiais também foram condenados por terem recebido, em abril de 2006, R$ 40 mil de propina para facilitar a fuga do traficante de drogas Gilmar da Hora Lisboa, o Pebinha.
O plano, no entanto, foi descoberto e o preso acabou removido às pressas para outra unidade. Como represália contra a não libertação de Pebinha, o PCC ordenou um ataque à Delegacia de Suzano. A Polícia Civil foi avisada sobre a ação, se antecipou e quatro integrantes do PCC foram mortos durante o atentado à sede policial.
Na manhã seguinte, como vingança, o PCC matou dois carcereiros e o amigo de um deles em uma feira livre em Suzano, não muito longe da Delegacia Central da cidade. Autoridades e especialistas em segurança pública afirmam que as extorsões contra os integrantes do PCC foram o estopim para os ataques em maio de 2006 contra as forças policiais em São Paulo, comandados pela facção criminosa.
Entre os dias 12 e 20 de maio, o PCC comandou rebeliões em 74 unidades prisionais e paralisou São Paulo, matando 43 agentes públicos. No mesmo período, 493 pessoas foram assassinadas no Estado, a grande maioria morta por policiais. Foi a maior crise da história na segurança pública do Estado.
Em 7 de abril deste ano, a Justiça condenou e decretou a prisão de Peña e de Araújo. No último dia 30, o Tribunal de Justiça concedeu habeas corpus a favor de Araújo. Ele foi solto.

Fonte: São Carlos Agora