Vereador sai com ambulância 0km para fazer propaganda e devolve veículo batido












O presidente da Câmara de Vereadores de Itápolis (SP), Marcelo Martins (PSL), está sendo investigado em uma Comissão Processante por quebra de decoro parlamentar. Ele pegou uma ambulância nova do município e devolveu o veículo batido.

Segundo a denúncia, Martins saiu com o veículo ainda sem placa, percorreu várias ruas e foi até o distrito de Tapinas, onde anunciou, com um microfone, a chegada da nova ambulância que iria atender os moradores.

Ele liga a sirene do veículo e depois usa o sistema de som para chamar a atenção dos moradores:

"Alô, Tapinas, a ambulância chegou. Que felicidade, gente, entregando aqui a ambulância. Tô parecendo criança brincando com isso aqui."
"Ah, galera, tô muito feliz, vim trazer aqui um presentinho pra Tapinas, basiquinho, gente, bem basiquinho. Essa ambulância maravilhosa, avançada, pro distrito de Tapinas."

O vereador, então, mostra o veículo por dentro, deita na maca e destaca o cheiro de carro novo. Em seguida ele explica que a ambulância é fruto de uma emenda impositiva dele.

"É como se fosse uma continha no banco que o vereador pode utilizar e deve utilizar para o povo. Onde ele achar que tem que colocar aquele dinheiro ele utiliza pro povo. Ele fala: 'faz isso, faz isso, faz isso', o prefeito tem que fazer. A minha emenda impositiva eu não fracionei, utilizei os R$ 120 mil para comprar essa ambulância, e especifiquei que era para o distrito de Tapinas."

No dia seguinte ao "passeio" com a ambulância nova, o coordenador de Transportes, Luan de Oliveira, gravou um vídeo mostrando a ambulância amassada e disse que o vereador pegou o veículo sem autorização.

Comissão Processante
Na segunda-feira (22) foi registrado um boletim de ocorrência por conta do acidente envolvendo a ambulância. Já a Câmara dos Vereadores aprovou a abertura de uma Comissão Processante contra o vereador.

Ele será investigado por quebra de decoro parlamentar ao dirigir a ambulância sem placa, fazendo promoção social com uso de bem público.

O caso também está sendo acompanhado pelo Ministério Público (MP) que irá analisar se houve improbidade administrativa por parte do vereador.

A Comissão Processante tem agora 90 dias para decidir se casa ou não o mandato do presidência da Câmara.

Por telefone, Martins disse que pegou a ambulância com a autorização do coordenador de Transportes, Luan de Oliveira. E disse que a abertura da Comissão Processante seria uma manobra para tirá-lo do cargo.

fonte: G1