DUPLA HOMENAGEM





O músico José Gomes de Abreu, o Zequinha de Abreu, será homenageado na Alesp, por iniciativa do deputado Luiz Fernando. A solenidade em referência aos 100 anos da valsa “Branca”, acontece nesta sexta-feira, 25, 18 horas, no auditório Teotônio Vilela.
Nascido em Santa Rita do Passa Quatro, em 19 de setembro de 1880, o músico compôs no final da década de 1910 a valsa “Branca”, em homenagem a Branca Barreto, filha do chefe da estação ferroviária de sua cidade, Santa Rita do Passa Quatro. A música tornou-se um clássico do repertório brasileiro.
Os familiares de Branca, que residem em Araraquara,como Arnaldo Barreto, irmão caçula de Branca que  completará 87 anos em agosto,se reuniram para juntos prestigiarem esse grande momento.
Em 1917, durante um baile, apresentou um choro e ficou surpreso com a reação entusiasmada dos pares de dança. Batizou a música de “Tico-Tico no Farelo”, mas, como já existia um choro com o mesmo nome na época (composto por Américo Jacomino), resolveu pôr “Tico-Tico no Fubá”. Apesar da boa acolhida, o choro só seria gravado quatorze anos depois, pela Orquestra Colbaz, dirigida pelo maestro Gaó. Interpretada por dezenas de artistas, tornou-se um dos maiores sucessos da música brasileira no século 20, inclusive no exterior. Zequinha de Abreu faleceu em São Paulo, no dia 22 de janeiro de 1935.
Durante a solenidade, a Sra. Marise de Abreu Mangione, neta do homenageado, receberá uma placa em nome do avô.

Branca de Lucca Barreto
Um pouco de Branca
Branca de Lucca Barreto nasceu em Jacuba, hoje Hortolândia-SP, no dia 22 de outubro de 1906. Era filha de Baltazar Jesuíno de Oliveira Barreto e de Francisca de Lucca Barreto.
Baltazar era ferroviário da Companhia Paulista Estrada de Ferro e  por este motivo a família residiu em várias cidades tais como, Limeira, São Carlos, Nova Odessa, Santa Rita do Passa Quatro, Ribeirão Bonito e finalmente Araraquara.
Quando residia em Santa Rita do Passa Quatro, por volta de 1917, onde era chefe da Estação, se tornou grande amigo de Zequinha de Abreu, tornando-se membro de sua orquestra que fazia apresentações no coreto e cinema da cidade .
Branca tinha 14 anos na época e já gostava muito das músicas de Zequinha. Certo dia, Zequinha de Abreu disse a ela: “Eu vou escrever uma valsa inspirado em você”. Branca ficou emocionada e pediu a ele que escrevesse uma valsa bem triste. Simplesmente ele retrucou: “Não, menina, você não é triste. Eu quero escrever uma valsa como você é. Alegre e triste.”
Um mês depois a música foi executada no cinema de Santa Rita, e todos que se encontravam no cinema naquela noite se emocionaram quando da apresentação da valsa, e Zequinha perguntou a Branca, que se encontrava com os familiares na plateia, se ela havia gostado. “Gostei muito. E como se chama a valsa?”. No que ele respondeu: “Chama-se Branca, a música que eu lhe prometi”.
Juntamente com sua família, Branca veio de Ribeirão Bonito para Araraquara em 1932, cidade na qual fixaram residência, como gostava muito de música, como seu pai, tornou-se professora de violão.
Branca foi alvo de muitas homenagens, recebendo o título de Cidadã Santaritense e um cartão de prata oferecido pelas autoridades daquela cidade.
Branca De Lucca Barreto faleceu em Araraquara no dia 5 de fevereiro de 1980, aos 74 anos, estando sepultada no Cemitério São Bento, embora sua vontade era ter sido sepultada em Campinas, ao som da valsa ‘Branca’.

Fonte: Jornal o Imparcial Araraquara