Covid-19: 'desajuste' causou falta de remédios para intubação, diz Saúde




O Ministério da Saúde responsabilizou um possível "desajuste no mercado" pela falta de medicamentos essenciais para a intubação de pacientes graves com a covid-19, infecção respiratória provocada pelo novo coronavírus, em UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo).
Elcio Franco, secretário-executivo da pasta, disse no início da noite desta segunda-feira (29), no Palácio do Planalto, em Brasília, que uma das causas identificadas pelo Executivo foi o crescimento da demanda durante o avanço da pandemia em todo o mundo. 
"Tivemos o tempo todo a preocupação de não desabastecer o mercado, nós temos a rede privada de saúde. Um dos aspectos que nós identificamos, é que estados e municípios estavam com dificuldades de adquirir, mas que havia uma disponibilidade. Tanto que nós estamos requisitando para que possamos fazer essa distribuição", explicou. 

Após cotação realizada em 18 de junho, a Pasta anunciou hoje a requisição de 21 substâncias utilizadas durante o processo de intubação mecânica de pacientes graves. De acordo com Sandra de Castro Barros, diretora do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos, a iniciativa vai auxiliar estados e municípios na aquisição dos medicamentos. 
Para Elcio Franco, o aumento da cotação do dólar também teria influenciado negativamente na capacidade do poder público em comprar as composições farmacológicas. Algumas, segundo o secretário-executivo, teriam ficado até 10 vezes mais caras.
"Esses medicamentos ficaram consideravelmente mais caros, baseado em aspectos que nós podemos identificar. Um deles foi o aumento da cotação do dólar; outro foi o aumento da procuração mundial do ingrediente farmacêutico ativo; e o terceiro é o próprio aumento da procura dentro do país", afirmou. 

Vacina da Universidade de Oxford

No sábado (27), o governo federal anunciou um acordo para produzir no Brasil a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a biofarmacêutica AstraZeneca. O anúncio foi feito pelo secretário-executivo Elcio Franco. 
O acordo prevê a transferência de tecnologia de formulação, o envase e o controle de qualidade. Será utilizada a previsão legal de encomenda tecnológica prevista na lei nº 10.973, de 2004, e amparada na lei de licitações, a 8.666, de 1.993.
O documento, no entanto ainda não foi assinado. Segundo o secretário-executivo, o País está contratando, por meio da estrutura da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), uma "encomenda tecnológica".
"Existe um risco de ela não dar certo, mas em todo mundo há evidências de que a que está em estágio mais avançado e a que tem condições de nos apresentar uma solução efetiva em mais curto prazo", disse Elcio Franco, no início da noite de hoje. 

Fonte:R7