No G20, Bolsonaro defende vacinação opcional e fala de racismo

 



O presidente Jair Bolsonaro participou, neste sábado (21), da cúpula de líderes do G20. Em discurso por videoconferência, o presidente voltou a defender que haja liberdade para a decisão dos cidadãos sobre tomar vacina contra o coronavírus.

"O Brasil se soma aos esforços internacionais para a busca de vacinas eficazes e seguras contra a Covid-19, bem como adota o tratamento precoce no combate à doença", disse.

"No entanto, é preciso ressaltar que também defendemos a liberdade de cada indivíduo para decidir se deve ou não tomar a vacina. A pandemia não pode servir de justificativa para ataques às liberdades individuais", acrescentou.

Apesar do aumento recente de casos e mortes por Covid-19 em algumas regiões do país, Bolsonaro sinalizou que a pandemia está sendo superada no Brasil e que as perspectivas para a retomada econômica se tornam mais positivas e concretas.

No início de sua fala, Bolsonaro repetiu declarações que deu ontem em suas redes sociais sobre racismo. Ele voltou a repetir que não enxerga cor de pele e vê "todos com as mesmas cores: verde e amarelo!".

No discurso, o presidente critica o que chama de "tentativas de importar para o nosso território tensões alheias à nossa história". Sem mencionar a morte de João Alberto Silveira Freitas em um supermercado de Porto Alegre (RS), que aconteceu na véspera do Dia da Consciência Negra e motivou protestos em vários locais do país, Bolsonaro exaltou a miscigenação do Brasil. Freitas foi espancado até a morte por um segurança de uma filial do Carrefour e por um policial militar temporário que estava fora de serviço. 

O presidente reafirmou que, no Brasil, brancos, negros e índios edificaram "o corpo e o espírito de um povo rico e maravilhoso". Ele disse ainda que os que instigam o povo à discórdia, fabricando e promovendo conflitos, atentam contra a nação e contra a história.

Segundo Bolsonaro, foi a essência do povo miscigenado no Brasil que conquistou a simpatia do mundo, mas há quem queira destruí-la, em nome do poder, para promover a divisão entre raças mascarada de justiça social.

"Existem diversos interesses para que se criem tensões entre nós. Um povo unido é um povo soberano. Dividido é vulnerável. E um povo vulnerável pode ser mais facilmente controlado e subjugado. Nossa liberdade é inegociável", disse ele.

Na sexta-feira (20), o presidente já havia feito uma postagem com conteúdo semelhante em suas redes sociais. “Somos um povo miscigenado. Brancos, negros, pardos e índios compõem o corpo e o espírito de um povo rico e maravilhoso”, escreveu o presidente. “Contudo, há quem queira destruí-la, e colocar em seu lugar o conflito, o ressentimento, o ódio e a divisão entre classes, sempre mascarados de "luta por igualdade" ou "justiça social", tudo em busca de poder”, completou.

Mais cedo, em mensagem de abertura da reunião da cúpula do G20, Bolsonaro disse que o mundo enfrenta "desafios sem precedentes na história recente" por causa da pandemia de coronavírus e que a cooperação entre os países é essencial para que ela seja superada.

OMC

Bolsonaro também fez um apelo pela reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC) e volta à plena operação do Órgão de Apelação do organismo.
"Queremos que a ambição de reduzir os subsídios para bens agrícolas conte com a mesma vontade com que alguns países buscam promover o comércio de bens industriais", disse ele, pedindo a criação de condições justas e equilibradas para o comércio internacional, não só de bens, mas também de serviços.

"Proponho que nossos ministros debatam e compartilhem melhores práticas sobre como lidar com esse tema, evitando-se cair na armadilha de subsídios e políticas que distorçam o comércio internacional", completou.



Fonte:R7