Delegado da DIG diz que casa incendiada no Aracy era “ponto de tráfico”




O incêndio em uma casa localizada na rua Secondina de Paula Passador, no Cidade Aracy II, na manhã desta quarta-feira, 3, e que vitimou quatro pessoas, das quais três morreram, sendo duas crianças, a princípio, não foi criminoso. A afirmação foi dada pelo delegado Gilberto de Aquino, que assumiu o caso. Um inquérito foi instaurado no 2º Distrito Policial.


Investigações preliminares dão conta que não o incêndio não foi provocado por combustível ou álcool. Todavia policiais civis requisitaram imagens de câmeras que há nas imediações e tudo será analisado. “Mas não descartamos nada”, comentou Aquino, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG). “Porém não há indícios”, reforçou.


Em uma entrevista o delegado disse, entretanto que a casa onde estavam as vítimas é repleta de “gambiarras” (ligações irregulares de energia elétrica e de água). “Há um emaranhado de fios finos e nada impede que tenha ocorrido um curto circuito”, comentou.


DIA DA TRAGÉDIA


No primeiro dia de investigações, Aquino disse que as crianças Fernanda Safira Silva Ferreira (4 anos) e Anthony Rikelmi Ferreira Queiroz (1 ano) não moravam na casa e foram levados no dia anterior pela mãe. Ambas morreram queimadas. A terceira vítima fatal é Maria Aparecida Queiroz Belisário, 66 anos, avó das crianças e que era cadeirante. Fernando Augusto Queiroz da Silva, 38, pai de Fernanda, é a quarta vítima e que está entubado, em estado gravíssimo na UTI da Santa Casa, devido as queimaduras.


O delegado informou que as crianças, bem como Fernando estariam em um quarto da casa e não conseguiram sair. Maria Aparecida que estava no corredor, conseguiu rastejar até a sala, pedir por socorro e ser resgatada.


Nesta quarta-feira ainda, Aquino obteve a informação que a casa incendiada era um “ponto de tráfico” e que Maria Aparecida (que já cumpriu pena), além de Fernando e Anderson João Queiroz Pereira, 30 anos (pai de Anthony) também eram envolvidos no comércio de drogas.


DESAPARECIDO


Durante as investigações junto a familiares, Aquino disse que Anderson está desaparecido desde o dia 27 de janeiro e teria sido levado da casa por três homens. Desde então não foi mais visto e familiares não teriam prestado queixa do seu desaparecimento.


“Parentes se limitaram a dizer que ele foi colocado em um carro e sumiu. Que foi visto posteriormente no CDHU (Vila Isabel). Mas nada oficial, apenas comentários”, disse.


Indagado se o crime organizado estaria envolvido no sumiço, Aquino afirmou apenas que Anderson (vulgo ‘Quesinho’ que desapareceu) e Fernando possuem antecedentes relativos ao tráfico de drogas.


“Não descartamos que este sumiço possa estar relacionado a uma cobrança. Há esta possibilidade. Até que ele tenha sido levado para o ‘tribunal do crime’ onde os réus são julgados por membros do crime organizado e pode até ser condenado a morte. Posteriormente somem com o corpo. Mas adianto que estamos em busca de informações sobre a origem do acidente e do desaparecimento. Quem tiver informações, podem passar pelo WhatsApp 3374-1984 que o sigilo será absoluto”, finalizou Aquino.


Fonte: São Carlos Agora