Guedes diz que auxílio emergencial sem contrapartida seria 'caótico'

 



O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o pagamento de novas rodadas do auxílio emergencial sem contrapartidas fiscais seria "caótico" e “teria um efeito muito ruim para o Brasil”.

“É o que aprendemos ano passado, não podemos repetir", afirmou na última sexta-feira (26), em podcast com o youtuber Thiago Nigro, do canal Primo Rico, que foi ao ar nesta terça-feira (2). No programa, o ministro disse que a ameaça permanente do populismo é falar que "vai dar dinheiro para todo mundo".

O ministro confirmou que os novos pagamentos do auxílio emergencial agora serão de R$ 250 e que o benefício ainda não começou a ser pago porque é necessária a aprovação da PEC Emergencial, que traz contrapartidas à despesa.

"Acho que o Congresso vai aprovar. Queremos ir para a estrada certa e tenho confiança que o Congresso vem junto", disse. "Tentar empurrar o custo para outras gerações, juros começam a subir, acaba o crescimento econômico, endividamento em bola de neve, confiança de investidores desaparece. É o caminho da miséria, da Venezuela, da Argentina", comparou.

Segundo o ministro, a segunda onda de casos do coronavírus "veio de repente" e o importante agora é a vacinação em massa da população. Como contrapartida para o pagamento do benefício, Guedes disse que quer "enjaular a besta" dos gastos desenfreados com a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) Emergencial. "Queremos dizer que é preciso ter responsabilidade fiscal", afirmou.

"Vai para a hiperinflação. Você está em endividamento em bola de neve, filhos e netos nossos terão impostos muito altos no futuro para pagar essa falta de coragem de uma geração de enfrentar seus problemas", completou.

Guedes defendeu "moderação e foco em quem precisa" em programas de transferência de renda. Segundo o ministro, o Brasil conseguiu "resistir" à pandemia do coronavírus porque fez a reforma da Previdência. "A taxa de juros está baixa porque travamos os gastos", afirmou.

Cargo

O ministro da Economia afirmou ainda que enquanto tiver a confiança do presidente Jair Bolsonaro, não deixará o cargo, dizendo que tem a confiança tanto do presidente quanto do Congresso. "Se ele [Bolsonaro] confia no meu trabalho e eu conseguir executar meu trabalho, tudo bem. Se ele não confiar, eu sou demissível em 30 segundos", enfatizou. 

"A ofensa não me tira daqui. O medo, o combate, o vento, a chuva, isso não me tira daqui de jeito nenhum. O que me tira daqui é, um, a perda da confiança do presidente, dois, ir para o caminho errado. Se eu tiver que empurrar o Brasil para o caminho errado, eu prefiro não empurrar, prefiro sair", completou ele no programa.

Guedes reconheceu que tem havido dificuldades em avançar com alguns projetos, destacadamente as privatizações, o que ele defendeu "pelo esgotamento do modelo antigo", afirmando que o "Estado empresário faliu, quebrou".

"As privatizações estão bastante atrasadas, a reforma tributária nossa também se atrasou. A abertura da economia a gente conseguiu ir bem, mas depois chegou a covid e travou. Mas vamos abrir de novo", disse ele.


Fonte:R7