Merenda servida durante recesso escolar ajuda famílias de baixa renda

 



O anúncio de que as escolas administradas pelo Estado iriam continuar a servir as merendas mesmo durante o recesso escolar antecipado foi um alívio para famílias de baixa renda.

O recesso escolar de abril e outubro foi antecipado para o período entre os dias 15 a 28 de março, na fase emergencial do Plano São Paulo de combate ao novo coronavírus (Covid-19).

EE Professor Bento Penteado dos Santos: alimento para os alunos – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

O LIBERAL esteve na Escola Estadual Professor Bento Penteado dos Santos, no bairro Antônio Zanaga II, para acompanhar o serviço. A unidade, que atende 587 alunos, é uma das 42 escolas estaduais de Americana.

Assim como outras escolas ao redor do Estado, a unidade continuou a servir a merenda aos seus alunos e aos familiares de segunda a sexta-feira, a partir de 11h30.

No dia em que a reportagem esteve no local, a refeição oferecida foi escondidinho de mandioquinha com carne, feijão preto, arroz e alface, além de sucos de cenoura e melancia.

Após o almoço, as crianças recebiam um pedaço de pudim de sobremesa e recebiam uma maçã e uma fileira de bolachas de chocolate para levar para casa.

De acordo com Vera Lucia Faustino, 55 anos, diretora da escola, a procura pela merenda oferecida no almoço tem tido uma média de 20 refeições por dia, com picos de até cerca de 40.

“Desde o início da pandemia, todos os alunos que estavam em ensino remoto já podiam comer na escola. O agora, durante o recesso, passamos a oferecer a todos os alunos na hora do almoço”, explica.

Segundo Vera, a importância da iniciativa é fundamental. “A alimentação garante o desenvolvimento, a nutrição, o melhor funcionamento cognitivo e principalmente o fortalecimento da imunidade, características indispensáveis para enfrentar o atual cenário”, afirmou.

Para a dona de casa Silvana Aparecida Toledo, de 40 anos, a continuidade do fornecimento de comida pelas escolas é “essencial”. Ela é mãe de nove filhos, mas mora com quatro deles nas proximidades da escola.

No momento do almoço, estava se alimentado ao lado dos gêmeos Breno e Bruno, de 6 anos de idade, e do mais velho, Gilson Júnior, de 9 anos. Todos matriculados na escola.

Se não fosse essa ajuda não sei o que ia ser. É muito importante para a minha família. Se não fosse por isso, íamos passar dificuldade”, disse Silvana.

Para a cozinheira Karina Nicolau, o almoço tem um apelo ainda mais familiar. Mãe de duas crianças, sua filha Karen, de 9 anos, também estava almoçando na escola no momento da visita da reportagem.

“E para a minha família também é muito importante porque eu não preciso chegar em casa e fazer o almoço e ela ainda come a comida da própria mãe”, brincou.

“Aqui nesse bairro é muito importante, porque muitas crianças passam necessidade. Então só de fazer a essa comida para eles poderem vir já é gratificante, ainda mais para mim que sou a cozinheira. Muitas mães já vieram me agradecer”, disse.

Além de matar a fome, a continuidade das merendas também oferece uma oportunidade socializar.

O tecelão Gediael Moreira Nunes, 32 anos, levou a prima Marta Emanuela dos Santos Silva, de 5 anos, para almoçar na escola e aprovou a iniciativa de manter o fornecimento das refeições.

“É bom para ela, já que ela tem a oportunidade de ter uma interação com as outras crianças, de socializar. Lá em casa todo mundo trabalha e daí não tem tempo para ela, então ajuda,” afirmou.

Atividades opcionais

No período do recesso, os alunos não terão atividades obrigatórias e deverão permanecer em casa. O Centro de Mídias da Educação de SP (CMSP) vai reprisar as aulas, e os alunos podem acessar de forma opcional como reforço escolar.

As aulas também podem ser assistidas pelos canais da TV Educação e TV Univesp, ambas da TV Cultura, além do aplicativo do CMSP, com dados patrocinados.

Também ficaram disponíveis nas escolas estaduais a distribuição de material didático impresso e dos chips de internet aos alunos que fizeram adesão ao programa.

As escolas das redes municipal e particular tiveram autonomia para decidir se acompanhariam o calendário da rede estadual, antecipando o recesso. A recomendação do governo, entretanto, é que todas as atividades presenciais sejam reduzidas, com limite máximo de até 35% dos alunos por dia.


Fonte:O LIBERAL