Bebê de apenas um ano supera quadro grave de Covid-19

 



Uma bebê de um ano se recupera em casa após passar dois meses na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com Covid-19, em Americana. Heloísa Pereira dos Santos Eduardo ficou em estado grave por conta da doença e precisou passar por cirurgias delicadas, como a retirada de parte do pulmão, afetado pelo coronavírus.

“Foram vários dias com os médicos dizendo para a gente que ela poderia não sobreviver. Graças a Deus e aos profissionais que nos atenderam, hoje ela está bem”, comemora o pai, Fernando Henrique dos Santos Eduardo, operador de máquinas, de 34 anos. Ele, a esposa e a filha moram em Nova Odessa.

Heloísa foi infectada em março, uma semana depois de seu primeiro aniversário. Primeiro ela vomitou. Dois dias depois, teve tosse e diarreia e foi internada no Hospital Municipal de Nova Odessa, sendo intubada no dia seguinte. “Foi o que salvou a vida dela”, aponta o pai. Os pais também testaram positivo, mas não precisaram de internação.

No mesmo dia, 16 de março, foi transferida para o Hospital São Lucas, em Americana, para a UTI pediátrica. Heloisa apresentou melhora e foi desintubada quatro dias depois. Porém, após piora e o aparecimento de ar que comprimia o coração da bebê, ela foi intubada novamente, em 21 de março.

Foram trinta dias de agonia, até 21 de abril, período em que Heloísa passou por três cirurgias para colocar dreno para escape de ar, pois o pulmão comprometido pelo coronavírus atrapalhava a respiração e comprimia o coração. Durante os 30 dias ela também sofreu três paradas respiratórias e uma parada cardíaca.

“O coronavírus atacou traqueia, pulmão, rim, o coração, acabou com metade do pulmão do lado direito dela. Os médicos não conseguiam movimentá-la, era um caso muito difícil”, conta Fernando. Heloisa precisou de respirador especial de alta frequência para sobreviver. Depois da melhoria, voltou a utilizar um respirador convencional.

Em 21 de abril, os médicos fizeram uma tomografia que apontou que o pulmão direito era o problema, e já estava com mais da metade comprometida pelo coronavírus, afetando a respiração de Heloísa. Os médicos concluíram que seria necessário retirar parte do pulmão da menina e fizeram a cirurgia e uma traqueostomia para evitar problemas futuros no dia seguinte.

Heloísa apresentou melhora, mas ainda teve, após a cirurgia, um problema no rim causado por uma infecção de um fungo. Precisou passar por diálise por 15 dias até o órgão voltar a funcionar normalmente.

Foram dois meses testando positivo para a doença até o resultado negativo em 10 de maio. Três dias depois, ela foi liberada do isolamento da UTI e continuou no hospital se recuperando, em observação.

Heloísa voltou com a família para casa, em Nova Odessa, há duas semanas, em 11 de junho, com uma semi UTI móvel e enfermeira 24 horas para se recuperar das sequelas do coronavírus.

“Agora tudo depende dela, de muito amor, carinho, da família e dos ótimos profissionais que cuidam dela para que ela volte a ter uma vida normal. Ela sorri, mexe os braços, manda beijo. Era uma criança saudável, estava aprendendo a andar e falar. Foi o coronavírus que deixou ela nesta situação”, ressalta Fernando.

No momento a família recebe ajuda de medicamentos e insumos. Interessados em realizar doações podem procurar Fernando pelo número 99573-3069.

Médico infectologista, Arnaldo Gouveia relata que embora seja mais rara a infecção de crianças por coronavírus, bebês de até um ano têm maior risco de sofrer sequelas. “A imunidade é menos madura para responder a qualquer tipo de agente agressor, tudo se torna mais grave”.

Fernando, que quase perdeu a filha para a pandemia deixou uma mensagem na conversa com o LIBERAL. “Deem valor à vida, essa doença não é brincadeira, quem passa por isso sabe. Eu quase perdi minha filha. Se cuidem, evitem sair de casa, aglomeração, usem máscara e higienizem bem as mãos com sabão ou álcool em gel”.

O operador de máquinas concordou com a publicação da história de sobrevivência da pequena Heloísa com uma condição: deixar agradecimento a todos profissionais de saúde que atenderam a filha.

“Faço questão de agradecer a Natália Cardoso, Stéfany, Mariana, Daniele, Thomaz, Carolina e Talita. E também as enfermeiras Ana Paula, Josiane, Daniela, Aline, Juliana, Kellen, Vânia, Rayssa, Silvana e Jucileia. Aos médicos Breno, Muriel, Rafael, Júlio, Glauce, Aline, Adriana, Daniela, Mariana e Anelise, além das fonoaudiólogas Ana Lucia Silva e Maine”, elencou Fernando.

Fonte:o liberal


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