Itália registrou mais mortes em 2020 do que na 2ª Guerra Mundial

 




A Itália registrou 746.146 mortes em 2020, 100 mil a mais do que a média do período entre 2015 e 2019 e o maior número desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com um relatório do Instituto de Estatística (Istat) sobre o impacto da pandemia da covid-19 divulgado nesta sexta-feira (9).

O relatório também confirma um "novo mínimo histórico" de nascimentos desde a criação da Itália como país, em 1861: os nascidos foram 404.104, 3,8% a menos que no ano anterior e 30% a menos que em 2008, o ano mais recente com o maior aumento.

O documento, apresentado na Câmara dos Deputados italiana, também analisa os impactos da emergência sanitária na sociedade e na economia do país.

Em relação aos óbitos, o presidente do Istat, Gian Carlo Blangiardo, indicou que, nos dois primeiros meses de 2020, 60% do excesso de óbitos respondeu ao coronavírus, que foi a principal causa de morte entre os maiores de 80 anos.

"A pandemia teve um efeito dramático na mortalidade, não apenas pelas mortes causadas diretamente pela enfermidade, mas também naquelas decorrentes da intensificação das condições de fragilidade da população, principalmente na de idade avançada", destaca o relatório.

A tendência atual em 2021 é de redução da mortalidade e de um "retorno praticamente geral" aos níveis pré-pandêmicos.

Nesse sentido, o documento também indica um forte aumento da pobreza absoluta, que atinge mais de dois milhões de famílias, para 7,7%, o que equivale a 5,6 milhões de pessoas afetadas entre os 60 milhões de habitantes do país.

No plano social, em 2020, com vários meses de reclusão por conta da pandemia, foram celebrados cerca de 97 mil casamentos, quase a metade de 2019 (-47,5%).

O Istat teme que esta situação tenha reforçado a convicção de que a crise aumentou o mal-estar demográfico que nas últimas décadas "tem levado cada vez mais os jovens a atrasar a transição para a vida adulta".

Uma importância especial para atenuar estes efeitos terá o Plano de Recuperação, dotado de mais de 200 bilhões de euros de fundos europeus e recursos próprios.

A entidade estima que seu impacto fará com que o Produto Interno Bruto (PIB) da Itália aumente entre 2,3% e 2,8% em 2026.

Fonte:R7