A cogitação do Ministério da Saúde de iniciar a vacinação da terceira dose contra a Covid-19 por idosos e profissionais de saúde, repetindo o esquema vacinal da primeira fase da pandemia, vai contra a orientação da Organização Mundial de Saúde e ignora o impacto da cepa Delta do coronavírus, que já afeta o sistema de saúde no Rio de Janeiro e ameaça levar o caos a São Paulo, já em setembro. O Ministério não mencionou data para início da eventual aplicação terceira dose.
A OMS defende que a dose adicional seja cogitada apenas após ampla e completa cobertura vacinal, não só da população local, como das áreas mais pobres do planeta – sem o que, a pandemia resistirá e voltará a ameaçar as regiões ricas e vacinadas. Sete meses após o início da vacinação nacional, o Brasil tem apenas cerca de 25% da população imunizada com as duas doses e enfrenta o desafio de levar milhões de pessoas a tomarem o reforço, após a primeira aplicação.
Ao contrário do que foi divulgado por setores do governo federal, a cobertura vacinal do Brasil é inferior à dos Estados Unidos. Até 17 de agosto, os americanos tinham completado a imunização de 51% da população do país, contra 24% de pessoas com o esquema completo de vacinação, no Brasil.
Fonte:R7