Kiss: técnico de som admite que bloqueou microfone antes de aviso

 



O técnico de som da banda Gurizada Fandangueira, Venâncio da Silva Anschau, foi o primeiro a depor nesta segunda-feira (7), o sétimo dia de oitivas. Durante suas declarações, Venâncio ficou bastante emocionado ao admitir que cortou os canais de áudio dos microfones quando iniciou o fogo na boate Kiss, o que impediria um alerta da situação, embora de fato, ninguém da banda tenha tentado avisar o público dos riscos como demonstrou no julgamento a promotora de Justiça Lúcia Helena de Lima Callegari. Venâncio definiu o que aconteceu como "aterrorizante".

Venâncio contou que saiu rapidamente do local com um colega quando viu que o extintor não funcionou. O técnico de som disse também que nesse momento ainda não tinha faltado luz e nem havia fumaça, e que pediram para os taxistas na frente da boate sairem porque perceberam a gravidade dos acontecimentos.

Venâncio ficou cinco dias internando e passou por longo acompanhamento médico depois do incêndio. Ele admite que retardou sua atendimento porque a esposa estava grávida de 40 semanas e não queria perder o parto da filha, o que, no final, acabou acontecendo. O técnico foi internado com falta de ar durante o trabalho de parto da esposa. Mesmo assim, Venâncio afirma que não se sente vítima de tentativa de homícidio dos quatro réus acusados.

Apesar de se sentir responsável por ter desligado o áudio, a promotora de Justiça Lúcia Helena de Lima Callegari fez questão de exibir um vídeo que mostra que não houve de tentativa de avisar os jovens pelo microfone. "Eu vou lhe mostrar, eu sei que é bastante difícil, mas é o momento do fogo, para que o senhor observe e se tranquilize", esclareceu a promotora.

Fonte:R7