Prefeitura lança campanha “Silvestre não é pet”

 




A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade e a Coordenadoria de Bem-Estar Animal de Araraquara lançaram a campanha “Silvestre não é pet”. Por meio de cards informativos publicados nas redes sociais da Prefeitura, a ação visa alertar a população para os problemas que podem ocorrer ao tirar os animais silvestres do seu habitat natural.

No Brasil, milhões de animais silvestres são retirados da natureza para servirem como bichos de estimação, como passarinhos, papagaios, araras, macacos, jabutis, entre outros. “Os animais silvestres não são pets domésticos. O manejo é totalmente diferente, o tratamento é completamente diferente e precisamos respeitar a vida livre desses animais”, alerta Carol Mattos Galvão, coordenadora de Bem-Estar Animal da Prefeitura.

João Henrique Barbosa, gerente de Áreas de Proteção Ambiental, explica como surgiu a ideia da campanha. “Temos no nosso país um grande problema com a questão do tráfico de animais silvestres. Muitas pessoas acabam comprando de forma irregular um animal oriundo do tráfico para tê-lo como pet, como animal doméstico. Isso é um erro e a campanha foi criada para que as pessoas evitem esse tipo de ação”, revela.

Ele destaca que a pessoa deve saber que, ao comprar um animal silvestre, está praticando um crime. “Na verdade, o verdadeiro criminoso é aquele que compra o animal, porque é ele quem gera o fluxo de caça e venda. Só tem a caça e a venda porque tem alguém que compra. Então fazemos a campanha para que as pessoas não comprem animais silvestres, mesmo porque tem os cães e gatos. A cidade tem uma grande quantidade de cães e gatos abrigados, precisando de carinho e de uma família para serem adotados”, acrescenta.

Alerta para a convivência

A campanha também visa chamar a atenção para a forma como as pessoas lidam com os animais silvestres no ambiente urbano. “A população tem que entender que o animal silvestre está presente no ambiente urbano, ele não é excluído do ambiente urbano e ele se adapta também ao ambiente urbano, então muitas pessoas não sabem o que fazer ao ver um animal silvestre, como lidar com ele. Fizemos os informes para que as pessoas não tentem capturar um animal silvestre porque ele é de vida livre, precisa do espaço dele, sabe buscar seu próprio alimento, sabe se esconder, sabe fugir, tem uma relação com o ambiente e precisa desse crescimento e desse aprendizado para poder sobreviver”, salienta João.

O gerente de Áreas de Proteção Ambiental aponta que a interferência humana na vida desses animais já é grande, diminuindo seu espaço de vida, diminuindo a vegetação, por isso ele também recomenda que as pessoas não capturem e não deem alimentos a esses animais. “As pessoas acabam dando alimentos errados, o animal deixa de fazer sua função, acaba ficando mais manso, se aproximando e se expondo a riscos que ele não teria. Então se a pessoa ver um macaquinho, um gambá, um lagarto, não dê alimento. Deixe o animal seguir sua vida natural, ele é capaz de seguir sua trajetória sem a nossa interferência, que já é grande”, ressalta.

João também cita algumas ações que as pessoas podem fazer para ajudar nessa causa. “Se não tem uma árvore em frente à sua casa, plante uma árvore, mantenha seu quintal sempre limpo, sempre organizado, evite deixar ração de animais disponível no quintal no período noturno. Quando a pessoa ver um ninho, não mexa nele, deixe-o no local onde está, pois as aves precisam desse tempo”, completa.

Adote um cão ou gato!

Por isso, ao invés de tirar um animal da natureza ou comprar de alguém que gerou sofrimento ao bichinho, é recomendado que se adote um cão ou gato, já que a cidade conta no momento com aproximadamente 550 animais – entre cães e gatos abandonados ou perdidos, adultos e filhotes – estão disponíveis para adoção, aguardando uma chance de ter um espaço onde possam receber e também doar amor e carinho.

Para adotar um animal, o interessado deve ser maior de 18 anos e apresentar cópia de CPF e RG e comprovante de endereço. Vale lembrar que é de suma importância portar os documentos no ato da adoção. Os interessados em adotar gatinhos devem levar uma caixa para transporte do animal, enquanto aqueles que adotarão cães devem levar coleira e guia. O interessado passará por uma entrevista, onde será advertido de todas as responsabilidades e cuidados com relação ao animal. Os animais são todos saudáveis, castrados, chipados, vacinados ou em processo de vacinação.

Vale destacar que as fotos dos bichinhos podem ser conferidas na página “Bem-estar Animal Araraquara” no Facebook. Para mais informações, é possível agendar horário para conhecê-los através do telefone (16) 3339-4441, das 7h30 às 14h30. Lembrando ainda que há outros animais acolhidos pela Prefeitura no Canil Siciliano, que também podem receber visitas agendadas através do Whatsapp (16) 98877-7604.