Clientes enfrentam ameaças em 'golpe da fruta' no Mercadão de SP

 



O Mercado Municipal de São Paulo, conhecido popularmente por “Mercadão de SP”, tornou-se alvo de denúncias realizadas por visitantes que relatam terem caído no "golpe da fruta" aplicado por comerciantes do local. As denúncias vêm sendo realizadas por meio das redes sociais, TripAdvisor e até em comentários negativos em páginas da internet.

O Mercadão é um dos pontos turísticos mais conhecidos de São Paulo pela gastronomia composta principalmente de frutas exóticas e comidas brasileiras típicas, como sanduíches com mortadela, mercadorias a granel e pastéis, entre outros.

No Twitter, turistas de todas as cidades brasileiras e até de fora do país relatam idas a São Paulo para experimentar a diversidade gastronômica do Mercadão. No entanto, as recentes denúncias exigem que os consumidores fiquem alertas.

Na maioria das queixas, as pessoas dizem ser bem atendidas por funcionários de barracas e descrevem abordagens atenciosas em que os comerciantes oferecem gratuitamente frutas bonitas e diversificadas. Enquanto isso, segundo relatos, os vendedores montam bandejas e coagem o cliente a comprar os produtos por valores entre R$ 300 e R$ 500. Caso a pessoa se negue, ela é tratada mal, ofendida e, em alguns casos, ameaçada.

A consumidora Karen Taylor relatou em sua rede social, no sábado (29), que foi ofendida após se negar a comprar uma mercadoria. “Viemos ao Mercadão de São Paulo e estou sendo chamada de pobre de mil maneiras diferentes”, escreveu.

Dan Santana relatou que foi atraído por um vendedor que ofereceu uma bandeja de frutas por R$ 11,90, após ele ter experimentado algumas amostras. No entanto, quando estava voltando para casa, percebeu por meio do aplicativo do banco que o comerciante havia lhe cobrado R$ 200 por apenas uma bandeja de fruta.

Abordagens agressivas


A recusa aos produtos, para muitos, parece simples: dizer que não quer comprar a mercadoria, deixar a bandeja, virar as costas e ir embora. Mas, em alguns casos, os comerciantes conseguem assustar os clientes com abordagens agressivas e ameaçadoras.

Em uma das avaliações, uma mulher comenta que presenciou a cena de um comerciante jogando as frutas na cliente após ela se recusar a pagar o valor de R$ 400 pela mercadoria. “Quando a mulher, que estava com o filho, disse que ia levar apenas uma caixa de uva de R$ 30, ele continuou pressionando para que levasse o resto. Nisso, o homem se transformou completamente, brigou com ela, jogou as frutas e falou um monte. Eu fiquei incrédula”, escreveu.

Em outros casos, se o consumidor nega a compra, ele passa a ser ofendido. “Esses dias atrás eu fui ao Mercadão de São Paulo, só dei uma olhadinha antes de entrar no trabalho e fui agredida verbalmente por um cara, que ficou bravo porque eu não comprei uma fruta”, relatou uma outra consumidora.

Ofensas e ameaças: quem fiscaliza o Mercadão?

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“É revoltante o que a gente passa no Mercadão, um absurdo desse não acontece em lugar nenhum do Brasil e o órgão fiscalizador da Prefeitura de São Paulo deve saber o que se passa e não toma nenhuma providência”, diz Cássia Barros em sua rede social.

Cada vez mais comentários como o de Cássia ganham as redes sociais. “Os vendedores insistem que você prove algo e depois exigem que você compre, falaram até isso: 'Só veio aqui pra comer de graça!' Os preços são exorbitantes. Não sou obrigado a levar nada. A quem recorrer nesses casos?", questionou Ricardo Vieira, em um comentário de avaliação do Google.

O Mercado Municipal de São Paulo e Mercado Kinjo Yamato, localizados na região central da capital, foram concedidos à iniciativa privada por 25 anos. O contrato entre a Prefeitura de São Paulo e o Consórcio Novo Mercado Municipal foi assinado em abril de 2021. 

O consórcio é composto das empresas Brain Realty Consultoria e Participações e o Fundo de Investimento Mercado Municipal. O acordo prevê que "a concessionária invista obrigatoriamente no restauro e reforma dos mercados, em conformidade com as especificações técnicas, exigências de operação e ambientais, bem como as normas vigentes e os órgãos de tombamento".

R7 tentou contato com as empresas responsáveis e a prefeitura para um posicionamento sobre as denúncias, mas, até o momento, não obteve retorno. 

Fonte:R7