O crime comoveu a cidade de Treze Tílias. Depois de fugir para mata, o criminoso se entregou e confessou homicídio que teria sido motivado por raiva da mulher
O caso da menina Maitê, de 2 anos, encontrada morta pela mãe, em Treze Tilias, cidade pacata do centro oeste de Santa Catarina, foi esclarecido pela polícia. O padrasto da criança se entregou à Polícia Militar e confessou que se vingou da mulher, com quem viveu por oito meses, após ela ter dado um ultimato para que ele saísse de casa. As informações são do site IG.
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Maitê Brambila dos Anjos tinha dois anos | Foto: Reprodução |
O assassino disse que "ainda não caiu a ficha" sobre o que o levou a fazer um corte no lado esquerdo do pescço de Maitê, que foi encontrada sobre uma poça de sangue na cama, na terça-feira à noite (26/4). Desempregado, ele fugiu e se escondeu numa mata da cidade, deixando a casa trancada. O corpo da vitíma passa por um exame no Instituto Geral de Perícia do estado que vai apontar se houve também abuso sexual.
Batizada de Treze Tílias, em homenagem a uma poesia do escritor austríaco Friedrich Wilhelm Weber, a cidade, que tem cerca de oito mil habitantes, muitos deles descendentes de europeus, nunca tinha assistido a um assassinato tão bárbaro. A maior parte das ocorrências policiais no município é de furtos e embriaguez ao volante. Por conta da violência empregada no homicídio, o homem foi levado para a delegacia regional de Joaçaba, cidade vizinha, a cerca de 30Km. No auto de prisão em flagrante, ele é acusado de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e impossibilidade de defesa por parte da vítima.
"Ele disse que preparou a mamadeira e deu para a criança, que dormiu. O problema dele era com a companheira, mas ele descontou a raiva na criança. Esse é o relato dele. Pedimos um exame para saber se houve violência sexual, que ele nega" diz o delegado, acrescenando que o assassino estava escondido numa área de mata em Treze Tílias e ligou para a Polícia Militar para se entregar.
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Homem foi preso na manhã desta quarta-feira (28/4) | Foto: Éder Luiz/ND |
Marcelo Marins conta que o homicídio, "como ele nunca viu na cidade", onde trabalha há quatro anos, aconteceu depois que a mãe saiu para trabalhar no Centro. Como tinha uma boa relação com o companheiro, embora estivessem terminando a relação, ela deixou Maitê aos cuidados dele. Ambos tinham combinado que, naquele dia, ele sairia de casa. A separação já tinha acontecido há cerca de um mês. Ao retornar para casa, por volta das 18h30, ela encontrou o imóvel trancado e, com ajuda de parentes, arrombou a porta às 20h10. Ela achou a filha sem vida e a cama do casal coberta de sangue. Os familiares não entendem o que aconteceu porque, segundo eles, o criminoso cuidava mais da menina do que o próprio pai biológico.
Sem antecedentes criminais, o padrasto ficará no presídio de Jaoçaba. A polícia pede que a prisao preventiva dele seja mantida. A decisão de transferi-lo para a cidade vizinha se deu pelo risco de uma tentativa de linchamento porque o crime causou comoção no município. Uma preocupação inclusive era de uma possível invasão da delegacia local. O delegado afirmou que o criminoso trabalhava numa fábrica de baterias da região, mas estava desempregado. De acordo com Marins, ele não parece ter problemas psiquiátricos:
"Ele não aparenta ter sinais de biopolaridade ou de que tenha sofrido um surto psicótico. Durante o depoimento, ele foi frio, não demonstrou arrependimento e não chorou."
O sepultamento da criança deve acontecer hoje ainda em Treze Tílias. Diante do abalo emocional da mãe e da família - uma irmã mora na parte de cima da casa onde aconteceu o crime -, ela só devera ser ouvida após o enterro.