Governo de SP vai dobrar número de policiais nas ruas para prevenir crimes com falsos entregadores

 




O governador Rodrigo Garcia (PSDB) anunciou que, a partir desta quarta-feira (4), vai dobrar o número de policiais nas ruas da capital paulista, região metropolitana e cidades do interior. Chamada Operação Sufoco, a ação tem como objetivo combater crimes contra o patrimônio, golpes do Pix, furtos e roubos com falsos entregadores, em alta no estado.

A operação vai impactar o trânsito nas cidades, com blitze e outras ações, e o governo pediu a colaboração da população porque haverá patrulhamento aéreo e terrestre, com mais viaturas e motocicletas nas ruas.

"Bandidos escondidos atrás de capacetes, com mochilas de falso entregador, terão que mudar de profissão ou estado porque a polícia vai atrás deles e prendê-los. Bandido que levantar arma para polícia vai levar bala", afirmou o governador.

Na capital, a operação tem apoio do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

Reforço no policiamento

Para reforçar o efetivo nas ruas, serão 3.000 policiais militares e 500 policiais civis a mais diariamente. Não houve contratação, segundo o governo. Os agentes poderão optar por trabalhar no contraturno e receber remuneração pelo serviço, como já acontece na Dejem (Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar) e Operação Delegada.

O policial poderá trabalhar oito horas a mais durante a folga de 36 horas. Há um limite de dez diárias extras por mês para cada profissional.

Segundo o secretário-executivo da Polícia Militar, coronel Álvaro Camilo, os agentes de segurança preferem trabalhar pela corporação.

"Trabalhando uniformizado, protegido pela lei. Diferente de trabalhar em um posto de gasolina de madrugada. Se algo acontecer, a família está amparada. Para um soldado da PM, ele vai receber a mais metade do salário", explicou.

De acordo com o secretário de Segurança Pública, general João Camilo Pires de Campos, a polícia aposta na inteligência e na integração da plataforma Detecta, sistema do governo de monitoramento por câmeras, com o banco de dados das empresas de delivery. 

"Vamos criar junto com as empresas um sistema para troca de informações. A operação será eficaz, com resultados, e eficiente, com a população reconhecendo que está mais bem protegida", ressaltou.

Segundo o secretário, a operação que começa nesta quarta não tem data para acabar.

Reuniões com empresas de delivery

Na tarde de terça-feira (3), houve uma reunião, no Palácio dos Bandeirantes, entre as forças de segurança e representantes das empresas de delivery. Foram discutidas medidas com efeito imediato para combater crimes cometidos por falsos entregadores. 

Um dos casos mais recentes que chocou a sociedade foi a morte de Renan Loureiro, de 20 anos. Ele foi atingido por quatro disparos, um deles na cabeça, durante um assalto no Jabaquara, zona sul de São Paulo. O crime aconteceu na frente da namorada da vítima.

Acxel Gabriel Peres, de 23 anos, que está preso, fingiu ser um entregador na abordagem ao casal. A vítima saía da casa da namorada quando, poucos metros à frente, foi parado por um suspeito que estava em uma moto com mochila de entrega. Ele empurrou o casal contra a parede e exigiu que entregasse os celulares e carteira. 

O governador comentou o caso: "Fiquei impactado, junto com toda a sociedade, com o assassinato do jovem Renan. É inconcebível aceitar e conviver com isso". 

Blitz na capital

Segundo o governo, a cidade de São Paulo vai passar dos atuais 5.000 policiais para 9.700. O investimento mensal será de R$ 41,8 milhões para o pagamento das jornadas extras e para a utilização de mais 1.500 viaturas e seis helicópteros.

Na capital, a operação terá apoio da GCM (Guarda Civil Metropolitana), principalmente em 500 pontos de atenção, como grandes corredores de trânsito (marginais Tietê e Pinheiros, avenida Rebouças e corredor norte-sul) e áreas com maior incidência de ocorrências.

Serão 750 guardas civis, chegando a 2.574 por dia.

Fonte:R7