Eleições deste ano não podem ser usadas como trampolim para 2024, diz Barbieri

 




Por José Augusto Chrispim

O ex-prefeito de Araraquara, Marcelo Barbieri (MDB), deve disputar uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo nas próximas eleições. Um dos mais atuantes líderes do MDB paulista, Marcelo é tido pelo partido como candidato natural da região de Araraquara. 

Caso aceite o convite, o araraquarense fará dobradinha com o deputado federal Baleia Rossi, líder máximo da legenda.

Em entrevista exclusiva ao O Imparcial, Barbieri disse que chegou o momento de Araraquara voltar a ter mais representatividade política a nível estadual e federal. O ex-prefeito e ex-deputado federal falou sobre o atual cenário político brasileiro e sobre as suas expectativas para o pleito de 2 de outubro.  

Veja a entrevista na íntegra:

O Imparcial: Os bastidores políticos da cidade já dão como certa sua candidatura a deputado estadual. O Marcelo vai para as urnas este ano? Se sim, o que te levou a tomar essa decisão?

Marcelo: “O MDB é um dos partidos mais fortes de São Paulo e do Brasil. O meu nome foi colocado como um candidato natural em nossa região. Tenho recebido o apoio do presidente nacional, Baleia Rossi, e de lideranças locais que defendem a minha participação nas eleições. Eu estou considerando essa hipótese, mas hoje isso não é uma realidade concreta. A minha motivação seria defender Araraquara e região. Isso é o que me faria ser candidato, defender a geração de emprego e renda”.

O Imparcial: Quantos votos você imagina serem necessários para eleger um deputado estatual do MDB este ano? E aproveitando o gancho: quantos deputados o partido imagina fazer em 2022?

Marcelo: “O partido estima fazer de 5 a 6 deputados estaduais com uma votação média de 70 mil votos. A população sabe reconhecer através do voto aqueles que sempre tiveram compromisso com Araraquara. O Baleia Rossi, por exemplo, trouxe mais de R$ 5 milhões para a Santa Casa, recurso que veio para melhorar o atendimento”.

O Imparcial: Araraquara contou com representação parlamentar em São Paulo e em Brasília por mais de 20 anos, e essa presença foi fundamental para fortalecer a cidade junto aos governos do estado e federal. Hoje, temos uma deputada estadual de oposição, e não temos um deputado federal de Araraquara. Com o Marcelo vê essa situação?

Marcelo: “Eu vejo essa situação com preocupação. Araraquara já teve muito mais força e representatividade política, capacidade de atrair recursos estadual e federal. Nesse sentido, estamos com uma representação mais deficiente agora”.

O Imparcial: Dimas e ou Marcelo em Brasília. Massafera e Edinho em São Paulo. Dimas, você e Massafera com as portas abertas no Palácio dos Bandeirantes (fosse sob o governo Serra ou Alckmin), e Edinho, com as portas escancaradas em Brasília (fosse com Lula ou Dilma). Não havia portas fechadas para Araraquara junto aos governos do estado e federal: a cidade tinha trânsito aberto nos dois governos. O Marcelo acha que esse período de força política de Araraquara pode voltar?

Marcelo: “Isso pode ser revertido caso a cidade e região se una em torno de um projeto comum, com esse propósito de aumentar sua participação política nas esferas estadual e federal. É um caminho que temos que construir e as forças políticas de Araraquara têm essa vocação, de pensar no interesse coletivo. Tenho a convicção de que essa liderança política regional vai voltar. Eu sinto que a cidade está percebendo que essa representatividade faz falta, e está sentindo o drama do desemprego, da saúde, e se dando conta por exemplo da falta que faz um Dimas Ramalho na Câmara dos Deputados, do Roberto Massafera na Assembleia Legislativa. Foram lideranças fundamentais para o desenvolvimento da cidade e da região. Nós precisamos retomar esse protagonismo político regional. A pessoa que vier a se candidatar ao Legislativo tem que assumir esse compromisso com a cidade, de ser um deputado atuante, e não uma escada para 2024 pensando na Prefeitura”.

O Imparcial: Como o Marcelo enxerga a polarização política que o Brasil vive hoje? Há a possibilidade de vida inteligente (governabilidade) depois de tudo isso?

Marcelo: “Eu tenho certeza que a polarização radical está com os dias contados. Os meus candidatos são Simone Tebet para presidente e Rodrigo Garcia governador. Seja quem for o vencedor das próximas eleições, eles terão que se sentar com todos os setores e compor um governo de coalizão com objetivo de vencer as dificuldades que o País e o Estado atravessam, especialmente em áreas como Educação, Saúde e criação de Emprego”.

O Imparcial:  Quais os projetos do MDB para o País e para São Paulo pós eleições 2022? E quais os planos para Araraquara?

Marcelo: “O projeto do MDB é o retorno do crescimento econômico, porque sem crescimento não há inclusão. Eu acredito que o Brasil pode voltar a crescer 5% do PIB, gerando desenvolvimento, emprego e renda. O projeto do MDB é criar justiça social para os brasileiros. É por isso que lutamos”.

O Imparcial: Embora não seja o assunto do momento, o futuro de Araraquara é sempre pauta: quais os planos do MDB para a disputa do sexto andar do Paço em 2024, considerando que o Edinho estará fora da disputa e que a direita está se organizando em torno do Dr. Lapena?

Marcelo: “Na eleição de 2024, o MDB vai defender o desenvolvimento da cidade. Nós vamos lutar para resolver o problema das pessoas, oferecer uma educação de qualidade, saúde, emprego e renda”.

O Imparcial: Qual a mensagem que o Marcelo quer deixar para o araraquarense neste importante momento para o futuro da vida política da cidade e do país?

Marcelo: “Araraquara pode e deve continuar protagonizando a política estadual e nacional. Precisamos de representação comprometida com a vida e a história de Araraquara, com propostas que venham ao encontro da necessidade de melhorar a saúde, o emprego, a habitação e as condições de vida da população. Para isso, mais do que nunca, é necessária a união de todos para que Araraquara volte a ter força política nos cenários estadual e nacional. Eu considero que o momento é esse, é de união, de fortalecimento de todas as potências políticas, independentemente de cor ideológica, para que a cidade possa se fazer representar à altura dos desafios que temos nos dias de hoje”, finalizou Marcelo Barbieri.