Justiça condena morador de Americana por crime brutal ligado à máfia japonesa

 




Dois brasileiros com ligações com a máfia japonesa Yakuza foram condenados a 30 anos de prisão pelo sequestro de um empresário no Japão, em 2001, que acabou em morte. Um dos réus é morador de Americana, Marcelo Yokoyama, de 42 anos, que chegou a ser preso pela Polícia Federal, em Santa Bárbara d’Oeste, em 2017, mas atualmente responde em liberdade. O outro é Alexandre Hideaki Miura, 44, que foi preso na mesma época, em Poá, na Região Metropolitana de São Paulo.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, por volta das 23h do dia 1º de setembro de 2001, a vítima, do ramo de casas noturnas, foi rendida por um grupo em frente à própria residência, na cidade de Nagoya, província de Aichi, no Japão. Os criminosos se disfarçaram de funcionários da construção civil e aguardavam pela saída do empresário.

O plano inicial seria um sequestro, mas a vítima teria resistido e fora agredida com tacos de beisebol e de golfe, chave de roda, pé de cabra e tiros de arma de fogo. As agressões resultaram na morte do empresário. Na época, a companheira do empresário tentou impedir o sequestro, mas foi baleada no pescoço. Ela ficou internada, mas sobreviveu.

Os mafiosos roubaram da vítima o equivalente a R$ 65 mil. Sem saber da morte, a companheira ainda foi ameaçada para que pagasse um resgate de R$ 2 milhões.

Segundo a polícia, Marcelo e Alexandre teriam participado também da ocultação do corpo do empresário, concretado dentro de um tambor de combustível e atirado em um rio local, e receberam uma recompensa. Com a ajuda da mulher da vítima, a polícia conseguiu esclarecer o crime, mas os brasileiros já haviam fugido para o Brasil, onde ficaram presos de 2017 a 2020.

Na sentença, dada no final de junho, a juíza da 5ª Vara Federal de São Paulo, Maria Isabel do Prado, decidiu que os réus podem recorrer em liberdade. Substituiu monitoramento eletrônico pelo dever de comparecimento bimestral em juízo, mantendo-se medidas como recolhimento domiciliar noturno e proibição de viagens internacionais.

O advogado Gabriel Ventorin, que representa o morador de Americana, afirmou que já recorreu. “Ressaltamos que as acusações feitas contra nosso cliente são embasadas em depoimentos de condenados pela justiça japonesa e que não merecem prosperar diante dos esclarecimentos trazidos pela defesa. Ofertamos recurso e estamos certos de que a inocência será reconhecida”, informou.

O advogado Aparecido dos Santos Machado, que defende Alexandre disse que foi informado sobre a sentença, que foi dada no mês passado, somente na quinta-feira (21).“A linha de defesa é que ele é inocente, vamos buscar a inocência, por meio, da absolvição, pois não contribuiu para o feito”, relatou Machado. 


Fonte: O LIBERAL