Mulher é achada morta com filha dormindo no colo em SP; marido é suspeito

 




Ana Carolina da Silva foi encontrada sem vida pela própria mãe, na casa onde morava com as três filhas. Companheiro da vítima é procurado pela polícia e caso é investigado como feminicídio.

Uma corretora de seguros de 27 anos foi encontrada morta com a filha bebê de dois anos no colo dentro da própria casa em Guaianases, na zona leste de São Paulo. O corpo de Ana Carolina da Silva Santos Fernandes, 27, foi localizado pela própria mãe dela durante a madrugada de ontem (17/10). De acordo com a polícia, o principal suspeito do crime é o marido, Fernando Fernandes dos Santos, 35, que está foragido. As informações são do UOL.

Ana Carolina da Silva Santos Fernandes, 27, foi encontrada morta dentro da própria casa na zona leste de São Paulo | Foto: Arquivo pessoal

Segundo uma familiar, que não quis se identificar, a mãe de Ana Carolina recebeu uma ligação da mãe do genro, ainda na madrugada, informando que o casal tinha se envolvido numa discussão. "Eles passaram a noite juntos e, quando foi por volta das 4h, a mãe dele ligou para a mãe dela por pedido dele, por causa da neném. Ela falou que tinha dado um problema, que eles tinham brigado. Quando a mãe dela chegou em casa, o corpo dela estava com sangue, todo roxo, asfixiada. E a nenê em cima do corpo dela, como se tivesse mamado no peito e dormido", disse.

Ana Carolina e Fernando estavam casados desde 2020. De acordo com a família da corretora, o relacionamento dos dois tinha um histórico conturbado.

"Todo mundo foi contra o casamento porque ele já não era boa pessoa. Morando com ela, ele chegou a agredi-la algumas vezes. Em abril desse ano, a mãe dela pediu por uma medida protetiva contra ele. Só que eles terminavam e voltavam. A mãe dela falava para largar, mas ela nunca largava. Ela estava meio que aceitando ele de volta. Não se sabe também se ela enfrentava alguma ameaça para isso ou se sofria algum tipo de pressão", completou.

Os dois eram pais de uma menina de dois anos e tinham filhos de outros relacionamentos. O casamento, segundo a a familiar, ocorreu sem a participação dos familiares de Ana Carolina. "Quando eu vi, já estavam publicando fotos dos casamentos nas redes sociais. Não tinha nenhum parente dela. Ela só teve apoio da família dele. Foi muito absurdo."

Depois da oficialização, a mãe de Ana Carolina tentou aceitar a decisão da filha. "Mas depois da medida protetiva, ela foi totalmente contra", diz a familiar, afirmando que ainda que a mãe relatava que a filha havia ficado "estranha" e o que o contato havia diminuído.

Segundo familiar de Ana Carolina, a família nunca foi a favor da união do casal; os dois se casaram em 2020 | Foto: Arquivo pessoal 

Segundo a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), o caso é investigado como feminicídio pelo 103º Distrito Policial. Foram solicitados exames ao IC (Instituto de Criminalística) e ao IML (Instituto Médico Legal) para auxiliar nas investigações. A Polícia ainda informou que está realizando diligências para encontrar o suspeito.

A familiar afirma que, diante do luto, todos estão em busca justiça. "O que a gente quer é que ele pague pelo que fez", diz.

"Ela era muito trabalhadora, muito 'mãezona'. Queria dar tudo para os filhos, levava para passear, para o parque, era uma relação muito carinhosa. Nunca entrava em briga, era muito meiga, muito carinhosa, muito quietinha, respeitadora. Não dá para entender como isso aconteceu com ela."

Além da bebê de dois anos, Ana Carolina deixa um filho de 3 anos e uma menina de 11.

O advogado de Fernando, Osmar Justino dos Reis, nega que o suspeito tenha fugido, alega que ele ainda não se apresentou por medo da reação de conhecidos por causa do crime e que o cliente "lamenta a morte". Ele disse, ainda, que possui vídeos e fotos da mulher ainda em vida, que serão apresentadas aos autos de inquérito como defesa de Fernando.

"Na realidade, não é que ele quis se evadir, não é que ele está foragido. Por força maior ele foi obrigado a se ausentar. [...] O que a gente quer é que tudo ocorra dentro do livre processo legal e dentro das quatro linhas da Constituição. Não queremos fazer pré-julgamentos nem tomar decisões precipitadas", afirmou.