MORRE A ARARAQUARENSE BRANCA MÉDICI EM ARARAQUARA




Morreu na noite desta quarta-feira (22), a Araraquarense Branca Médici, em Araraquara.

Segundo informações, Branca lutava contra um câncer e infelizmente acabou não resistindo e entrando em óbito.

A reportagem ainda não teve detalhes sobre a morte.

VELÓRIO

O velório vai acontecer na Funerária Fonteri, a partir das 22:30 desta quarta-feira (22), em Araraquara. O sepultamento ainda não foi divulgado.

HOMENAGEM DA FILHA PARA A MÃE.

Por: Izadora Santiago Malara
Confesso que desde o dia que o meu pai se foi eu acreditava piamente que nada mais de ruim aconteceria comigo e com a minha família. A morte dele foi um choque e as consequências devastadoras em milhões de sentidos. A partir desse dia as coisas nunca mais foram iguais.
Com a morte do meu pai eu aprendi que tudo passa, menos a saudade, essa daí só aumenta, aumenta, aumenta, e quando você acha que ela não pode ser maior, ela aumenta. Entretanto, a gente lida e se conforta nas pequenas coisas. Quando eu percebo que tô fazendo uma coisa que é a cara do meu pai me encho de orgulho de mim mesma por ter absorvido tanto no curto tempo que nós vivemos juntos. Sentimentos que só a saudade proporciona.
A vida seguiu, outra coisa que a gente aprende quando alguém se vai é que a vida segue e que uma coisa leva outra. A gente perde ali mas ganha aqui, as vezes não é do jeito que a gente queria que fosse, mas é do jeito que a vida quer que seja. É nesse ponto que eu queria chegar: a vida nos surpreende todos os dias.
Sabe quando eu falava que eu achava que estava ilesa de todo o mal, posto que na minha visão todo o mal já tinha acontecido? É ai que a vida mostra qual é que é.
Acho que a vida gosta de mostrar pra gente constantemente quem é que manda e quem é que está no controle da situação. Claramente não é a gente.
A doença da minha mãe inicialmente não me preocupava. Eu ainda acreditava estar protegida de tudo quanto é coisa ruim pela vida. Tinha certeza que nada aconteceria e que sairíamos dessa situação mais fortes do que nunca.
O tempo passou e a vida começou a me preocupar. Comecei a duvidar do escudo que eu achava que tinha e o medo de ela aparecer pra nos lembrar do seu poder começou a me sondar.
Oloco, como que isso ia acontecer DE NOVO? Eu não tava botando fé que a vida ia dar uma dessa comigo, e é por isso que ela surpreende, pois ela dá!
A morte da minha mãe já me ensinou muitas coisas. A primeira é que a vida conhece a gente, e se ela coloca desafios no nosso caminho é porque podemos suporta-los. A segunda é sobre o amor, na sua forma mais pura. Aprendi que amar está diretamente relacionado a respeitar, quando a gente ama, a gente respeita. Vi que amar é se colocar no lugar do outro um pouquinho. Vi que amar é deixar os seus sentimentos e vontades de lado pelo bem do outro. Vi que amar é estar. Quem ama se faz presente, a vida é curta pra gente viver de ausencias. Aprendi que nada no mundo vale a nossa saúde.
Os meus pais fizeram eu ser quem eu sou. Se eu sou o que sou é porque sou uma mistura de Branca com Gustavo. Por mais que a vida goste de brincar com os meus sentimentos, na hora de escolher quem ia me colocar no mundo ela mandou bem demais!!
A minha mãe amava o texto do Menestrel, do Shakespeare. A gente sempre ouvia ele no carro e a nós duas sabíamos ele de cabo a rabo. Tem uma parte desse texto que fala “Você aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha”, e eu sempre falava que nada a ver (adolescente rebelde, rsss). Não imaginava que eu ia sentir tanto orgulho de ser um pouquinho de cada um.
Hoje eu sinto uma tristeza sem tamanho, é inegável. Contudo, consigo extrair o máximo de gratidão de ter tido a chance de sair desses dois doidinhos.
Com a ida da minha mãe, uma grande parte de mim se foi também, já que era com ela que eu mantinha vivas todas as lembranças de quando a vida era só de nós 3 e de mais ninguém!!
Tenho orgulho do tanto que ela lutou pra ficar aqui com a gente, e que os 7 anos de sofrimento resultaram na paz eterna, não do jeito que a gente esperava que fosse, mas da forma que tinha que ser.
Vou sentir muita saudades da minha mãe, ela era meio brava, surtadinha, mas tava tudo bem. Agora não tá mais, mas eu já aprendi que vai ficar! Sempre fica.