Alunos da Escola Municipal de Dança visitam Vila Vicentina



Alunos da Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira (EMD), na manhã desta quinta-feira (31), realizaram uma visita à Vila Vicentina. A atividade faz parte das comemorações dos 200 anos de Araraquara e busca cuidar das relações humanas, estreitando o vínculo entre gerações.
Participaram dessa atividade que faz parte da oficina de Educação Ambiental, os alunos do 3º e 4º ano, com idade entre 12 e 13 anos. A professora da oficina, Inaiá Braghini, conta que o projeto se iniciou a partir da vontade da EMD de realizar uma ação social. “A ideia é pensar na qualidade das nossas relações humanas, no contato do nosso jovem como o idoso, experenciando uma vivencia com a velhice, com as limitações do corpo, da mente, da necessidade do abrigo dentro do cotidiano que a vida exige”, explica a professora.
Os alunos do 4º ano da manhã, desde o começo desse ano, realizam visitas mensais aos moradores da Vila. Lá, os adolescentes conversam e realizam apresentações de música, teatro e dança, além de estarem sempre prontos e disponíveis para ouvir os idosos. Após a atividade, já na EMD e na oficina de Educação Ambiental, é realizada uma roda de conversa, onde todos compartilham suas experiências individuais.
“Lá no asilo, cada um tem a sua própria história. Eu me emociono ouvindo-as. Vi a felicidade nos olhos da Dona Cândida quando uma aluna chegou e disse: ‘bom dia, Dona Cândida!’. Era uma felicidade por ser lembrada, reconhecida. Eu estou gostando muito”, conta emocionada a aluna Rafaela, do 4º ano.
A convivência durante as visitas tem mudado algumas opiniões dos alunos. “Antes eu tinha a impressão de que vivendo no asilo, eles não eram felizes; mas ao contrário: vi que alguns são felizes por estarem lá”, surpreendeu-se Matheus, também do 4º ano.
A aluna Bárbara conta que sua perspectiva sobre os idosos no asilo mudou muito. “Eu não pensava ser um asilo colorido daquele jeito, e muito bonito, e muito bem cuidado também. Percebi que tem os que gostam e se sentem felizes por morar lá e outros não, que sentem muita falta de parentes . Eu gosto muito de ir lá, muda o meu dia quando vamos”.
A diferença de idade entre os visitantes e os visitados é grande, de algumas gerações, e serve para que os adolescentes percebam as limitações dos mais idosos e saibam respeitar os tempos diferentes deles. Também o diálogo estabelecido, faz os jovens aprenderem muito com as histórias de vida dos idosos, suas possíveis experiências e habilidades. O benefício para ambas as partes supre a necessidade humana de companhia, criando um laço entre essas pessoas e aprendizagem mútua.
As experiências dos jovens com os idosos permite a possibilidade de desenvolvimento para ambas as gerações. “Cuidando das nossas relações humanas estamos cuidando no nosso meio ambiente. Essa troca de experiência entre nossos alunos e os idosos da Vila Vicentina estão proporcionando um novo olhar para o tempo”, lembra Inaiá.