Governo discute redução de impostos para combustíveis



O governo federal está sensibilizado com a elevação dos preços dos combustíveis no Brasil e já discute uma redução de impostos para diminuir a pressão nas bombas dos postos. A afirmação foi feita nesta sexta-feira (18) pelo ministro de Minas e Energia, Moreira Franco.
"O imposto é muito alto e temos que repensar essa questão, como PIS, Cofins e ICMS", disse ele a jornalistas após palestra na associação comercial do Rio de Janeiro.
"A discussão já está tendo, mas a vida não é fácil, e não sei quando pode ser anunciado", acrescentou ele, sem dar mais detalhes.
Desde que a Petrobras implantou em julho do ano passado um sistema de reajustes quase diários para os preços dos combustíveis, diesel e gasolina tiveram aumento de quase 50% nas refinarias da empresa, com uma boa parcela sendo repassada para os postos.
A política da estatal visa seguir as oscilações do petróleo no mercado externo e o câmbio, entre outros fatores.
Nas últimas semanas, petróleo Brent tem pairado perto de máximas desde 2014 em razão de aperto na oferta, demanda robusta e tensões no Oriente Médio.
Ao ser questionado sobre a sistemática de formação de preços da Petrobras, Moreira afirmou que "nós vamos discutir (a política de preços)". Segundo ele, "os combustíveis (estão) altos demais".
Nesta semana, o setor de postos pediu mudanças no ICMS e frisou que cerca de 50% do custo da gasolina na bomba vem de impostos.
Enquanto isso, caminhoneiros ameaçam paralisações na próxima semana para protestar contra os custos do diesel.
A gasolina nos postos ficou cotada na média Brasil na semana passada em 4,257 reais por litro, alta de 22 por cento desde o início de julho do ano passado. Já o diesel foi vendido na média em 3,551 reais o litro, alta de cerca de 20 por cento na mesma comparação.
Novo aumento
Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, a Petrobras voltou a afirmar que os combustíveis têm suas cotações atreladas aos mercados internacionais e que a empresa "não tem o poder de formar esses preços".
"O que a companhia faz é refletir essa variação de preço do mercado internacional. Como o valor desses combustíveis acompanha a tendência internacional, pode haver manutenção, redução ou aumento nos preços praticados nas refinarias e terminais."
Segundo a petroleira, suas revisões "podem ou não se refletir no preço final ao consumidor", que dependerá "de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de combustíveis".
A Petrobras elevará os preços do diesel em 0,80 por cento e os da gasolina em 1,34 por cento nas refinarias a partir deste sábado (19) informou a petroleira em comunicado no seu site nesta sexta-feira.
Com os reajustes, os preços dos combustíveis irão a novas máximas dentro da política em vigor desde julho, a 2,3488 reais o litro de diesel e 2,0680 reais o litro de gasolina.


Fonte:R7