No Brasil cerca de 10% da população sofre de asma, que é um dos fatores de risco em relação à pandemia da Covid-19 (novo coronavírus) e que pode ser agravada pelas condições e hábitos típicos do inverno
As mudanças de temperatura, a utilização de roupas que acumulam poeira com mais facilidade ou que estavam guardadas há muito tempo, a permanência em ambientes fechados ou com pouca circulação de ar são situações típicas do inverno que podem agravar os quadros de saúde em pessoas com asma.
Com o início do inverno e as situações relacionadas à pandemia da Covid-19 (novo Coronavírus), os portadores de asma precisam de cuidados especiais para prevenir quadros de crises e o agravamento da doença.
De acordo com Pedro Luís Pompeu da Silva, médico pneumologista do Grupo São Francisco, que faz parte do Sistema Hapvida, a asma é uma doença inflamatória crônica, por isso, os portadores representam um grupo de risco nesse momento de pandemia. Ele ressalta que é importante redobrar a atenção e os cuidados para que o quadro esteja bem controlado neste período.
“A asma entra no fator de risco da Covid-19, já que o quadro piora com uma infecção viral concomitante por aumentar a inflamação pré-existente. Assim, os pacientes precisam estar com o quadro bem controlado e tomar todas medidas preventivas como higienizar as mãos constantemente, usar máscara sempre, evitar aglomerações e ficar atento aos sinais de infecção viral como febre, dor de cabeça, dor no corpo, diarreia, perda de olfato ou paladar, tosse seca e piora na falta de ar”, orienta Silva.
O pneumologista afirma que a asma, geralmente, aparece no período da infância, mas que pode ter início em qualquer idade.
“O histórico familiar de asma é importante na avaliação dos casos suspeitos. No entanto, os principais sintomas são tosse seca ou com secreção, sibilos (chiados) recorrentes que pioram com esforço físico, ao dar risadas e no inverno, quando também pode ocorrer o início de uma rinite concomitante, além de uma sensação de aperto no peito, falta de ar e dificuldade para o encher o peito”, comenta o médico do São Francisco.
O médico afirma que por se tratar de uma doença crônica como diabetes e hipertensão arterial, a asma pode ser leve, moderada ou grave, o que irá diferenciar o tipo de tratamento. No entanto, ele ressalta que alguns cuidados e o tratamento de forma contínua são ações extremamente eficazes.
“Atualmente morrem 420 mil pessoas por ano no mundo em decorrência da asma. No entanto, os tratamentos são eficazes quando o paciente mantém a medicação prescrita diariamente. Além disso, é importante evitar o contato com substâncias que podem desencadear alergias, manter uma boa higiene domiciliar, evitar contato com fumaça de cigarro, priorizar ambientes bem ventilados, manter uma atividade física e adotar um estilo de vida saudável”, orienta Silva.
De acordo com o pneumologista, neste momento de pandemia é importante que o paciente evite o ambiente hospitalar e que a ida aos hospitais seja preferencialmente em casos de urgência e/ou emergência. “No caso da asma, o paciente deve manter seu tratamento diário e ter um plano de ação emergencial para crises, sob orientação do seu médico, antes de procurar uma unidade hospitalar”, conclui Silva.