Neste domingo se comemora o Dia Internacional do Orgulho Gay



Não importa se uma pessoa é heterossexual, homossexual, bissexual, transgênero, travesti ou intersexo, o importante é ser respeitada como um ser humano e ter todos os seus direitos garantidos. Como qualquer pessoa.
Normalmente, nesta data, são organizadas festas e desfiles pelas ruas das grandes cidades, onde os membros da comunidade LGBT e simpatizantes do movimento se reúnem para celebrar o amor e a igualdade entre todos os gêneros. 
Como não estamos vivendo tempos “normais”, este ano não haverá parada, nem desfile, nem festa. Como, por exemplo, a tradicional Parada do Orgulho Gay, um gigantesco desfile que chega a reunir milhões de pessoas, em São Paulo. Mas, neste triste 2020, essa comemoração, e tantas outras, em todo mundo, foi suspensa. Restarão as hoje tão aguardadas lives de tudo para todos.
O Dia Internacional do Orgulho Gay é comemorado anualmente em 28 de junho em todo o mundo.
Também conhecido como o Dia Internacional do Orgulho LGBTI (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transexuais e Pessoas Intersexo), ou simplesmente Dia do Orgulho Gay, esta data tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a importância do combate à homofobia para a construção de uma sociedade livre de preconceitos e igualitária, independente do gênero sexual.
Serve também como um reforço do reconhecimento de gays, lésbicas, bissexuais e pessoas de outras identidades de gênero: que todos devem se orgulhar de sua sexualidade e não sentir vergonha da sua orientação sexual. 
A origem da data
O Dia do Orgulho LGBT foi criado e celebrado nesta data em homenagem a um dos episódios mais marcantes na luta da comunidade gay pelos seus direitos: a Rebelião de Stonewall Inn.
Em 1969, a data marcou a revolta da comunidade LGBT contra uma série de invasões da polícia de Nova York aos bares frequentados por homossexuais, que eram presos e sofriam represálias por parte das autoridades. A partir deste acontecimento foram organizados vários protestos em favor dos direitos dos homossexuais em diversas cidades norte-americanas.
A 1ª Parada do Orgulho Gay foi organizada no ano seguinte (1970), para lembrar e fortalecer o movimento de luta contra o preconceito. A Revolta de Stonewall Inn é tida como o “marco zero” do movimento de igualdade civil dos homossexuais no século 20.
A força da mídia
No Brasil, o movimento LGBTI+ começou a se desenvolver a partir da década de 70, em meio a ditadura militar. Durante o período, a polícia tinha o costume de deter e prender homossexuais de forma violenta, sob a ‘alegação’ de que estavam praticando ‘vadiagem’. Na cadeia, muitos foram torturados e assassinados. 
Numa época de tanta censura, as publicações alternativas LGBTI+ foram fundamentais para o avanço do movimento. Entre elas, se destacaram: Lampião e ChanacomChana.
O Lampião foi fundado em 1978 e era abertamente homossexual, embora abordasse também outras questões sociais. Editado por um grupo de intelectuais homossexuais no Rio de Janeiro, o periódico frequentemente denunciava a violência contra os LGBTs e fazia oposição ao regime militar.
Em 1981, foi fundado o ChanacomChana, primeira publicação ativista lésbica do Brasil. O jornal era comercializado no Ferro’s Bar, mas, em 1983, os donos do estabelecimento expulsaram as ativistas do local. Em 19 de agosto do mesmo ano, o Galf - Grupo de Ação Lésbica Feminista, organizou um ato político no local que resultou no fim da proibição da venda do jornal. 
Este episódio  repercutiu nacionalmente e é frequentemente comparado à Revolta de Stonewall, ficando conhecido como o “Stonewall brasileiro”. Por sua causa, no dia 19 de agosto comemora-se o Dia do Orgulho Lésbico.
A Parada LGBTI+
No Brasil, o primeiro ato ocorreu em 1995, no Rio de Janeiro, durante a 17ª Conferência da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersex (Ilga), que terminou com uma pequena marcha em Copacabana. 
No ano seguinte, aconteceu uma manifestação em São Paulo, com cerca de 500 pessoas, na Praça Roosevelt. Só em 1997 foi realizada a primeira Parada Gay, na Avenida Paulista, contando com cerca de 2.000 pessoas.
Inicialmente inspirada pelas marchas que aconteciam na Europa e nos EUA, quase 20 anos depois, muita coisa mudou. A manifestação se expandiu e agregou diferentes públicos, ganhou espaço em diversas cidades brasileiras e tomou para si a maior avenida de São Paulo, de forma definitiva. 
Neste meio tempo, a luta pelos direitos também cresceu e hoje pauta muitos debates e discussões na sociedade. Em 1999, já com o nome de Parada do Orgulho LGBT, o evento entrou no calendário oficial da cidade de São Paulo, tornando-se o maior do mundo no gênero.
Mensagem do ministro Luís Roberto Barroso
Com atuação marcante na área dos direitos humanos, entre as causas que o ministro Luís Roberto Barroso já defendeu, no STF, estão a equiparação das uniões homoafetivas e uniões estáveis convencionais. 
"As uniões homoafetivas são fatos lícitos e relativos à vida privada de cada um. O papel do Estado e do Direito, em relação a elas como a tudo mais, é o de respeitar a diversidade, fomentar a tolerância e contribuir para a superação do preconceito e da discriminação", escreveu, em parecer sobre a causa gay. 
Na última quinta-feira, 25, divulgou a mensagem: 
“... aos participantes da parada on-line do orgulho gay e LGBTI, mando um abraço carinhoso. Esse tem sido um período de vitórias e conquistas importantes, das uniões homoafetivas, das possibilidades de adoção, da mudança de nome, ao enfrentamento da homofobia. Sei que é uma luta permanente e difícil em busca de respeito e consideração às igualdades, mas devemos saber também comemorar as vitórias. Penso que, o que vale na vida, são os nossos afetos, os valores que escolhemos e os prazeres legítimos. Viver sem fazer mal ninguém, com alegria e sem culpa. Desfrutar a vida, porque estamos aqui para ser feliz. Portanto, desejo uma linda parada, ainda que nesse ano de forma virtual. Espero que, em breve, possamos voltar a nos abraçar, novamente”. 
A sigla LGBTQI+
  • Atualmente, o termo mais usado para se referir à comunidade é LGBTQI+, registrado em 1996. Após discussões, foi incluído o símbolo + para representar qualquer outra pessoa que não esteja presente nas iniciais. Confira:
  • Lésbica: Mulheres que sentem atração sexual ou sentimental por outras mulheres.
  • Gay: Homens que sentem atração sexual ou sentimental por outros homens. O termo também pode ser utilizado para mulheres homossexuais.
  • Bissexual: Pessoas que sentem atração (afetiva ou sexual) por ambos os sexos.
  • Transsexual ou Travesti: São pessoas que se identificam com um sexo diferente do seu nascimento. Por exemplo: uma pessoa que nasceu com o sexo biológico masculino, mas se identifica como mulher, é uma mulher transgênero.
  • Queer ou não-binário: Pessoas que se identificam com um gênero próprio seu, independentemente da sua genitália. Ou seja, a pessoa não se define nem como homem, nem como mulher, mas transita entre eles.
  • Intersex: Indivíduos com diferenças congênitas nas características sexuais físicas – o que antigamente era chamado de hermafrodita.
  • E ainda
  • Assexual: É a falta de atração sexual, ou falta de interesse em atividades sexuais — pode ser considerada a ‘falta’ de orientação sexual.
  • Pansexual: É a atração sexual ou romântica por qualquer sexo ou identidade de gênero.
Campanha de doação de sangue LGBT
A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, através da Subsecretaria de Promoção, Defesa e Garantia dos Direitos Humanos e o Programa Rio Sem Homofobia, vai promover uma grande e inédita campanha de doação de sangue LGBT, em todo o Estado do Rio. 
Após a decisão do STF e aceitação do MS autorizando a doação, o governo estadual realiza a ação para celebrar o Dia Mundial do Orgulho LGBTI.
O Hemocentro Regional de Nova Friburgo / Hospital Raul Sertã, participa da campanha entre os dias 29 de junho e 3 de julho. Devido a pandemia, solicita o agendamento individual das doações através do telefone 2523 8084, das 08h às 11h30, para evitar aglomeração no local. Endereço: Avenida Pres. Costa e Silva, 349 - Centro.


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