Supermercados limitam a quantidade de arroz por cliente



Supermercados de Belo Horizonte começaram a limitar a quantidade de arroz vendida aos clientes devido à alta nos preços do produto. A estratégia visa evitar que os consumidores estoquem a comida e, assim, pressionem os preços ainda mais para cima.
Em duas redes que ficam na região Leste da capital mineira, a reportagem encontrou o aviso de limite de cinco pacotes de cinco quilos por pessoa. Segundo a Amis (Associação Mineira de Supermercados), a prática não é ilegal e é aplicada em casos de possível desajuste no abastecimento.
Uma pesquisa do site Mercado Mineiro aponta que, em comparação aos preços praticados em abril deste ano, a Grande BH registrou um aumento de até 46% para algumas marcas de arroz vendido nos pacotes de cinco quilos.
Em determinados supermercados, o "queridinho" da mesa dos brasileiros chegou a custar R$ 29,98. A variação do valor de um mesmo produto entre as lojas pode chegar a até 30%. Segundo o levantamento, a média de preço do arroz branco Prato Fino tipo 1 subiu de R$ 18,44 para R$ 26,92 no período. Já o arroz branco Tia Jú foi de R$ 12,77 para R$ 16,68.
Feliciano Abreu, diretor do Mercado Mineiro, explica que o salto no valor do alimento se deve à alta no dólar e à mudança de rotina provocada pela pandemia.

— Com a alta do dólar, fica melhor para o produtor exportar do que vender para o mercado interno. Além disso, é um produto de primeira necessidade. Com o pessoal dentro de casa, passaram a consumí-lo mais.
Antônio Claret, presidente da Amis, defende que os supermercados não estão aumentando a margem de lucro sobre o produto.
— A Amis afirma, de forma categórica, que os supermercados não estão majorando as margens. Pelo contrário, as margens estão extremante achatadas em função da elevação de custos.
Outro produto que também está sendo vendido em quantidade limitada em algumas redes em Belo Horizonte é o óleo de soja, que viu seu preço quase dobrar desde o início da pandemia. Em uma loja, os clientes só podem comprar 10 garrafas de 900 ml.
Tentativa de controle
No final desta quarta-feira (9), o Comitê-Executivo de Gestão da Camex (Câmara de Comércio Exterior) zerou a alíquota do imposto de importação para o arroz em casca beneficiado até o dia 31 de dezembro na tentativa de reduzir o preço do produto para a população.
Nesta semana, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, garantiu que não haverá desabastecimento de arroz no país. Segundo o Governo Federal, a produção da safra 2020/2021 deve ser 7,2% maior que a anterior, chegando a 12 milhões de toneladas.


Fonte:R7