Veterinária fala sobre a importância da castração e seus benefícios para os animais

 



Muito se fala sobre a castração de cães e gatos como um ato de amor para com os animais e, de fato, a prática é recomendada por médicos veterinários. Além de conter o aumento desenfreado da população animal, a castração é responsável pela prevenção do aparecimento de tumores e auxilia até mesmo no comportamento deles.

De acordo com a médica veterinária e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), dra. Rita de Cássia Maria Garcia, a castração é o melhor caminho para garantir a saúde dos animais. Por meio do procedimento, segundo a especialista, o tempo médio de vida do animal aumenta. “A prevenção de câncer de mamas para cadelas e gatas é um dos grandes benefícios. Quanto mais cedo a castração é feita, menores as chances de apresentarem o problema”, explica. No caso dos machos caninos, a castração reduz problemas de próstata. Para os felinos, o procedimento auxilia no comportamento, diminuindo as chances de brigas.

Sobre os animais de rua, a médica veterinária explica que a castração é uma atitude que une amor e estratégia para o bem-estar animal e social. “A castração é uma das estratégias fundamentais para o manejo populacional de cães e gatos. Ela impacta diretamente na diminuição da taxa de natalidade”, explica a especialista. “Não há lares para todos os filhotes que nascem e hoje temos muito mais animais abandonados ou em abrigos para absorvê-los por meio da adoção”, pontua.

O procedimento

É comum ouvir que é necessário aguardar o primeiro cio ou a primeira cruza para então castrar, mas a dra. Rita de Cássia explica que trata-se de um mito. “Muitos tutores aguardam o primeiro cio e as fêmeas acabam emprenhando”, alerta. Segundo a médica veterinária, os cães podem ser castrados quanto atingem o peso de 1kg ou a partir de 60 dias de idade. Já os felinos podem passar pelo procedimento a partir dos 5 meses de idade.

Não é necessário aguardar o primeiro cio antes de fazer a castração, segundo especialista

Não é necessário aguardar o primeiro cio antes de fazer a castração, segundo especialista

Reprodução/ Freepik

Atualmente existem dois tipos de castração, a cirúrgica e a química. De acordo com a dra. Rita de Cássia, a química não é recomendada para fêmeas, já que apresenta muitos efeitos colaterais e riscos para a saúde do animal. “Mas há muitas pesquisas internacionais e produtos seguros injetáveis que mantêm as gatas por mais de três anos sem risco de concepção. Muitas ONGs e centros de pesquisa buscam incansavelmente pela dose única, uma só injeção, que deve causar a esterilização permanente em cadelas e gatas”, explica. No caso dos machos, a especialista afirma que já há um método seguro em uso, especialmente no México, e que, quando associado a medicações, apresenta bons resultados.

Já a castração cirúrgica pode ser feita de duas formas: com a retirada de ovários e úteros, no caso das fêmeas, e dos testículos, nos machos ou através da “laqueadura”, em fêmeas e vasectomia, em machos. Esta segunda prática  possui alguns pontos de atenção. A dra. Rita de Cássia explica que a laqueadura pode não ser recomendada, já que as fêmeas continuam entrando no cio, atraindo machos e favorecendo fugas. “Pode prejudicar o animal e também pessoas, uma vez que cadelas no cio reúnem uma grande quantidade de machos, facilitando acidentes de trânsito, transmissão de doenças, ataques e mordeduras”, explica a médica veterinária.

Da mesma forma, em termos de saúde coletiva, a vasectomia em cães machos pode não resolver o problema por causa dos hormônios que continuam atraindo fêmeas. A orientação é sempre procurar um médico veterinário de confiança para fazer o procedimento que vai garantir a saúde e o bem estar do animal.

Parceria com o Instituto PremieRpet®

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) é parceira do Instituto PremieRpet®, braço social da PremieRpet®, que incentiva pesquisas e ações que visem promover saúde, qualidade de vida e longevidade dos animais.



Fonte:R7