Vírus causador da covid-19 deve se tornar endêmico, segundo OMS

 



É cada vez mais provável que o Sars-CoV-2, vírus causador da covid-19, se torne endêmico entre os seres humanos, em alguns animais ou em ambos, ou seja, não desaparecerá com as vacinas, afirmaram nesta segunda-feira (28) especialistas em doenças infecciosas.

"O cenário mais provável é que o vírus se torne outro vírus endêmico, com um nível muito baixo de ameaça no contexto de um programa mundial de vacinação", disse em entrevista coletiva Mike Ryan, um dos principais nomes da OMS (Organização Mundial da Saúde) no combate à covid-19.

"A existência de uma vacina, mesmo uma altamente eficaz, não é garantia de que uma doença infecciosa seja eliminada ou erradicada", acrescentou Ryan, diretor de emergências sanitárias da OMS.

Os especialistas da entidade já tinham comentado que havia a possibilidade de o coronavírus se tornar endêmico, uma previsão que ganha força com o que já foi aprendido sobre o vírus desde então. Entretanto, a vacinação ajudará a controlar a propagação do coronavírus e a normalizar as sociedades, comentou Ryan.

O especialista em doenças infecciosas David Heymann disse que "o conceito de imunidade de rebanho (ou grupo) é um mal-entendido quando se acredita que, de alguma forma, diminuirá a transmissão se um número suficiente de pessoas for imunizado.

Heymann, que comandou a unidade anti-Sars da OMS, disse que ninguém pode prever como a imunidade evoluirá porque há muitas coisas que ainda não são conhecidas sobre imunidade, como o tempo que a imunidade é fornecida por vacinas licenciadas.

"Parece que o destino deste coronavírus é se tornar endêmico, como aconteceu com outros. Este coronavírus continuará a sofrer mutações à medida que se reproduz em células humanas, especialmente em áreas de transmissão intensa", explicou.

O cientista antecipou que o mundo poderá viver com o novo coronavírus graças a todas as ferramentas de saúde pública que foram desenvolvidas neste ano. "O coronavírus continuará se espalhando apesar das vacinas, tratamentos e exames de diagnóstico. Temos de aprender a viver com ele", analisou Heymann.


Fonte:R7