Cidade do interior de MG improvisa túmulos em cemitério lotado

 



A cidade de Pará de Minas, a 90 km de Belo Horizonte, teve que improvisar covas nos corredores dos cemitérios para dar conta do aumento da demanda de enterros no município. Familiares de pessoas que morreram por causa da covid-19 e mesmo de outras doenças começaram a procurar cidades próximas para enterrar seus entes queridos.

No cemitério da cidade, que possui aproximadamente 7 mil jazigos, só 15 estão disponíveis, de acordo com a administração. As ruas deram lugar às covas. A família da dona Maria do Carmo, que morreu aos 97 anos devido a um engasgo, recebeu a oferta de uma espécie de gaveta provisória para enterrar a idosa. O velório acabou acontecendo na cidade, mas o enterro foi feito em um município próximo.

De acordo com  a secretaria municipal de Desenvolvimento Urbano, o único cemitério da cidade só tem condições de receber sepultamentos por mais 4 meses. A Prefeitura de Pará de Minas informou que deu início à construção de um novo cemitério, que terá área de 40 mil metros quadrados e capacidade para 12 mil túmulos. mas até agora, somente as obras de acesso ao local foram iniciadas. 

Moradores da cidade denunciam que o problema de superlotação do cemitério é antigo. E que nem o avanço da pandemia acelerou as obras do novo local. De acordo com o boletim epidemiológico mais recente, 96 pessoas já morreram por covid-19 em Pará de Minas. Foram registrados 2.750 casos na cidade, que tem cerca de 95 mil habitantes. 

Novo cemitério

De acordo com o vereador Rodrigo Alves Meneses, a cobrança para a construção de um novo cemitério vem de, pelo menos, oito anos. 

— Agora que se começou, mas as vias de acesso estão em construção ainda. A previsão para começar a sepultar é por volta de três a seis meses. Hoje, temos só 15 tumulos para sepultamento e venda e recebemos dezenas de denúncias, como a negativa da venda de túmulos.

Os vereadores afirmam que a prefeitura enviou, na semana passada, um projeto de lei que autoriza o municipio a abrir um crédito de R$ 3 milhões para a construção do novo cemitério e velório. A votação está prevista para a próxima semana, de acordo com a vereadora Marcia Marzagão.

— A previsão, segundo o secretário, é que, após a aprovação, em três meses já começaria a usar o básico do novo cemitério, usando o velório daqui e fazendo o enterro lá. 


Fonte:R7