Justiça condena Honda a pagar R$ 5 milhões de danos coletivos

 



A Justiça do Trabalho condenou a montadora Honda a pagar R$ 5 milhões de danos morais e coletivos por perseguir funcionários da fábrica de Sumaré que tinham contato com os movimentos sindicais. A decisão, de 2ª instância, foi publicada nesta sexta-feira.

O montante será destinado para entidades filantrópicas que atuam no fortalecimento dos trabalhadores em geral – as instituições serão indicadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, que foi quem entrou com a ação, ainda em 2017.

A decisão ainda estipula multa diária de R$ 20 mil caso a empresa continue tendo comportamento antissindical e ordena que a Honda retire de seu regulamento interno a proibição de atos sindicais nas dependências da montadora. Se caso a empresa não agir desta forma, ela terá de pagar multa diária de R$ 5 mil.

Em entrevista ao LIBERAL, o dirigente sindical José Celestino da Silva, de 44 anos, que é soldador na Honda, contou que sempre que chegava no período de negociação salarial a empresa cometia “assédio moral coletivo” na fábrica.

“Toda a vez que a gente estava em negociação, ela [empresa] falava que era proibido falar de sindicato. Todos os trabalhadores que falavam ela demitia imediatamente. Nós, dirigentes sindicais, não podíamos conversar com os funcionários. Se um trabalhador fosse pego conversando com nós, era demitido”, disse.

O processo foi julgado em primeira instância, em 2019 – na ocasião a Honda foi condenada a pagar R$ 1 milhão, mas este valor foi aumentado. A montadora ainda poderá recorrer.

“A Honda preza pelo cumprimento de todas as normas e legislações vigentes e informa que adotará as medidas judiciais cabíveis para reverter a decisão”, respondeu a empresa, em nota.


Fonte: O LIBERAL