Queiroga cita Oswaldo Cruz e diz que país vive 'guerra de vacinas'

 



Em meio a uma corrida para cumprir a promessa de vacinar todos os brasileiros contra a covid-19, ao menos com uma dose, até o fim deste ano, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, citou o médico Oswaldo Cruz, que dá nome ao instituto que produz o imunizante da AstraZeneca, e afirmou que o Brasil enfrenta uma "guerra de vacinas".

"A campanha está vacinando, está indo bem. Então, [quero] passar uma mensagem de tranquilidade a todos os brasileiros. Oswaldo Cruz, lá no passado, enfrentou uma revolta das vacinas e hoje nós enfrentamos uma guerra de vacinas", disse o ministro durante entrevista após o lançamento do Programa Telessaúde do Brasil, em Cristalina, interior de Goiás.

Um dos grandes personagens que atuaram na saúde pública brasileira, Oswaldo Cruz foi um sanitarista que se notabilizou, no início do século passado, no combate a pandemias, como febre amarela, peste bubônica e varíola. Ele é considerado o fundador da medicina experimental no Brasil e propôs a criação de soros e vacinas.

Conforme o arquivo da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em 1904, o médico propôs ao governo da época o envio ao Congresso de um projeto para reinstaurar a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola. A lei foi aprovada e a população, que desconhecia os benefícios do imunizante e contaminada com os boatos e fake news da época, se revoltou.

Queiroga reafirmou que, até o fim do ano, 630 milhões de doses chegarão ao país e pediu às pessoas que não voltaram aos postos de saúde para tomar a segunda dose que contribuam com a campanha nacional. "Só com a segunda dose – com exceção da Janssen, que é uma dose única –, é que se faz a imunização completa", explicou.

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Assim como na quarta-feira (16), o ministro destacou não ser possível estimar prazo para a chegada das 3 milhões de doses da vacina da Janssen contra o novo coronavírus. "Não tem previsão de chegar. Quando chegar, nós vamos dizer. O principal interessado em dizer somos nós. Porque isso é fruto do nosso esforço, do nosso trabalho."

O titular da pasta destacou ainda a antecipação de 7 milhões de vacinas da Pfizer, o que quase dobrou a previsão para julho. Com a nova remessa, o Brasil vai receber 15 milhões de doses no mês que vem. Segundo o ministro, a partir do segundo semestre, o país deve receber a maioria das 200 milhões de doses contratadas da farmacêutica.

"Agora em julho nós conseguimos antecipar 7 milhões de doses da Pfizer graças ao empenho pessoal do presidente da República. Então vamos trabalhar forte porque queremos que até o mês de setembro tenhamos a população acima de 18 anos vacinada com pelo menos a primeira dose de vacina", afirmou.

Vacinômetro do R7 indica que foram aplicadas no país, até o início da tarde desta quinta-feira (17), 59.541.051 doses contra o novo coronavírus, o equivalente a 28,12% da população. Com a segunda dose, 24.138.038 de injeções foram dadas (11,4%).

Conforme o balanço mais recente do governo federal, com os dados enviados pelos estados ao Ministério da Saúde e ao Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), o Brasil registrou, nesta quarta-feira (16), 2.997 mortes por covid-19 e 95.367 novos casos diagnosticados.

Fonte:R7