Variante delta da covid-19 chega mais perto de Araraquara

 


A cidade de Serrana, que fica a 100 quilômetros de Araraquara, confirmou na última segunda-feira (16), o primeiro caso da variante delta, também conhecida como cepa indiana. O Governo de São Paulo, afirmou em um comunicado que a detecção foi feita em uma profissional da área da saúde que mora na cidade, mas trabalha em Ribeirão Preto.


ENTENDA MELHOR

A Coordenadoria de Controle de Doenças do Centro de Vigilância Epidemiológica, órgão do governo de São Paulo, e a prefeitura confirmaram, nesta segunda-feira (16), um caso da variante delta em Serrana (SP). Esta é a primeira confirmação na cidade e na região de Ribeirão Preto.

O caso foi diagnosticado pelo Hemocentro de Ribeirão Preto, mas amostras coletadas da paciente foram encaminhadas para sequenciamento genético, segundo pesquisadores do Projeto S, para contra-prova.

Em nota, a diretora técnica de saúde da coordenadoria, Elisabete Paganini, informou que a variante indiana foi identificada em amostra de moradora que apresentou sintomas de síndrome gripal no dia 4 de agosto. Ela ainda não havia contraído o coronavírus, mas já tinha recebido duas doses do imunizante contra a Covid-19.

De acordo com Elisabete, trata-se de uma mulher de 30 anos, profissional da saúde, que mora em Serrana, mas trabalha em Ribeirão Preto. A paciente demonstrou cansaço, coriza, congestão nasal, tosse seca, dor no corpo, perdas de paladar e olfato, além de dor de cabeça.

Após o diagnóstico, foi feita uma investigação epidemiológica para buscar as pessoas com quem ela manteve contato. Segundo a diretora técnica, a mulher cumpriu isolamento e nenhum dos parentes demonstrou sinais de infecção.

Paciente recuperada

Durante uma transmissão pelas redes sociais, o prefeito de Serrana, Léo Capitelli, disse que a confirmação do caso serve de alerta para que as medidas de prevenção sejam mantidas a fim de reduzir os riscos de transmissão. Ele informou que a mulher já se recuperou da infecção.

"Essa paciente já está bem, recuperada e trabalhando, mas isso não tira os cuidados e os alertas que devemos ter de agora em diante. A gente deve continuar tomando os cuidados para que a pandemia no município de Serrana continue controlada."

A secretária municipal de Saúde, Leila Gusmão, disse que os familiares da paciente testaram negativo, mas que permanecem em isolamento até quarta-feira (18).

Nesta terça-feira (17), a cidade retira os limites de ocupação nos estabelecimentos e de horário de funcionamento, assim como determinou o governador João Doria (PSDB) a todo o estado pelo Plano São Paulo.

Nova fase do Projeto S

Em julho, o Instituto Butantan deu início a uma nova fase do estudo de vacinação em massa contra a Covid-19 em Serrana. No início de 2021, moradores foram voluntários do Projeto S, ação inédita que avaliou a eficácia da CoronaVac em populações inteiras.

Resultados apresentados pelo Butantan em junho apontaram que casos sintomáticos da doença tiveram uma redução de 80% após as duas etapas de vacinação, além da queda de 95% no número de mortos na cidade em abril e recuo de 86% nas hospitalizações.

Para os cientistas, o controle da epidemia em Serrana se deu depois que a imunização completa chegou a 75% do grupo de voluntários, o que corresponde a cerca de 20,3 mil pessoas.

Somente pelo Projeto S, Serrana vacinou, com duas doses, 27.160 pessoas maiores de 18 anos, exceto grávidas, mulheres que deram a luz próximo ao dia de vacinação, portadores de comorbidades e infectados pela Covid durante os dias de pesquisa.

Agora, na nova etapa, o objetivo é avaliar a imunidade de longo prazo dos moradores após a imunização com duas doses. Os voluntários serão acompanhados por um ano a fim de estabelecer quanto tempo dura a proteção da vacina.

“A gente espera que a soroconversão da vacina vá ser muito boa porque ela já é muito boa previamente. Soroconversão é quando você faz a vacina e a gente vai saber se a pessoa reagiu àquela vacina, se ela produz imunidade. O que a gente espera ver é a quantidade de anticorpos produzidos nas diferentes faixas etárias, comparar se os idosos são diferentes dos mais jovens e, principalmente, comparar se a imunidade celular é diferente, porque praticamente a gente não tem dados na literatura sobre isso. Ver como esse processo se comporta ao longo do tempo”, diz o coordenador da pesquisa, Gustavo Volpe.

Os testes ainda serão repetidos em períodos de seis, nove e 12 meses após a conclusão da vacinação.


Fonte:Por G1 Ribeirão Preto e Franca