O artigo “A Perspective of the COVID‐19 Pandemic in the Plastic Waste Management and Cooperatives of Waste Pickers in Brazil”, publicado recentemente no periódico Circular Economy and Sustainability, apresenta uma análise sobre o impacto da pandemia de Covid-19 para as Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis e os desafios da reciclagem do plástico durante esse período no Brasil.
Tendo em mente que em 2020 o Brasil se tornou o epicentro global da Covid-19, é possível considerar que este cenário afetou diretamente os hábitos da população. Um deles foi o aumento do consumo de plásticos devido a sua importância em embalagens e em aplicações como material de proteção. Paralelamente, o país também enfrenta o agravamento de problemas sociais relacionados à gestão de resíduos, especialmente pelo importante papel exercido pelos catadores nessa cadeia.
“Os catadores são profissionais que precisam de visibilidade e proteção social não apenas para enfrentar a atual crise sanitária, mas também para garantir sua renda e sobrevivência”, pontua Lais Roncalho, pós-doutoranda no Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (DQ – UFSCar), integrante do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) e primeira autora do artigo.
Para a elaboração do trabalho, a pesquisadora conta que foi realizada a coleta de dados baseada na literatura com a finalidade de organizar o histórico da gestão de resíduos no Brasil, bem como os desafios atuais da crise sanitária. Dados a partir do CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem), ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) e de outras organizações nacionais também foram utilizados para construir a análise crítica do tema.
“Apontamos neste estudo a ausência de dados sobre a gestão de resíduos no país e destacamos a importância da inclusão social dos catadores para uma Economia Circular efetiva. Após a pandemia e a mudança de cenário que vem ocorrendo, concluímos que precisamos de um planejamento adequado e melhorias na gestão de resíduos, programas de reciclagem e intervenção política para orientar uma responsabilidade coletiva e, assim, garantir os direitos sociais dos catadores”, conclui Roncalho.
O artigo também conta com a contribuição das pesquisadoras Sandra A. Cruz, docente do DQ – UFSCar e também vinculada ao CDMF, e de Rafaela F. Gutierrez, pós-doutoranda na Universidade de Toronto.
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CDMF
O CDMF, sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).