Mulher que morreu após implante de silicone pagou R$ 10 mil pela cirurgia

 




A prima da vítima contou que a vítima sonhava com o procedimento

Natacha Lopes Silvério, de apenas 28 anos, morreu após complicações de um implante de silicone. Quem relatou os detalhes da busca da mulher pela cirurgia foi a prima da vítima, Tais Lopes. A jovem lamentou a decisão de Natacha de não aceitar sua sugestão de médico para a realização do procedimento em Piracaia, no interior de São Paulo. As informações são do Yahoo Notícias.

Natacha Silvério deixou três filhos, sendo um bebê de 8 meses e duas crianças, de 4 e 6 anos. | Foto: Arquivo Pessoal

“Era o sonho dela, ela gostava muito de se cuidar. No final de 2020, nós chegamos a conversar sobre o procedimento e, como eu já fiz o implante, indiquei o meu médico. Não sei porque ela foi atrás de outro”, declarou.

Natacha teve morte cerebral diagnosticada na última quarta-feira (9/3). Ela estava internada em estado grave desde o dia 27 de fevereiro, quando foi submetida à cirurgia para implante de 380 ml de silicone.

A mulher teve complicações decorrentes do procedimento, que evoluíram para uma parada cardiorrespiratória, à qual Natacha não resistiu. Ela deixou três filhos, sendo um bebê de 8 meses e duas crianças, de 4 e 6 anos.

A vítima pagou R$ 9,8 mil pela cirurgia, sobre a qual não avisou ninguém da família. "Não sabemos o porquê de ela não ter falado nada. Nos surpreendemos com a situação", disse Tais.

Acusações de negligência

A família de Natacha acusou de negligência o médico Pietro Perri, responsável pela cirurgia da jovem na Santa Casa de Piracaia. A investigação da Polícia Civil apontou que ele deixou Natacha sozinha em uma sala de observação após a cirurgia, momento no qual ela sofreu a complicação e não foi atendida.

Segundo o advogado representante dos familiares, a jovem teve uma paralisia pulmonar que, por conta da falta de atendimento, agravou-se para a parada cardiorrespiratória.

“Em detrimento das medicações usadas para a anestesia, ela teve uma paralisia pulmonar. Como estava sem ventilação e não havia médicos, o quadro evoluiu para uma parada cardiorrespiratória. A Natacha permaneceu sozinha sem socorro até que uma médica passou na sala e percebeu. Ela chegou a ser intubada, mas constatou-se uma grave lesão cerebral por causa do tempo sem respiração e os médicos dizem que o quadro é irreversível”, disse Carlos Henrique da Silva.

Pietro Perri é alvo de acusações anteriores de pacientes que relatam que tiveram o corpo deformado e sofreram complicações após cirurgias com o médico. Ele negou que tenha deixado Natacha sozinha.