Em MG, mãe, avós e tia de criança queimada em ritual são presos

 



Maria Fernanda de Camargo de apenas 5 anos, morreu em 24 de março, após ter seu corpo completamente queimado. Um líder espiritual teria jogado álcool no corpo da criança e ateado fogo com uma vela.

A mãe, a tia e os avós maternos de Maria Fernanda de Camargo de 5 anos que morreu queimada, segundo a polícia, após passar por um ritual religioso, foram presos em Frutal, no Triângulo Mineiro, na quarta-feira (20/4). Ainda segundo a polícia de Minas Gerais, um guia espiritual também foi detido. As informações são do GCN Net.

Operação policial que prendeu cinco suspeitos em Frutal (MG) ocorre um mês após morte de menina | Foto: Divulgação/ Polícia Civil de Minas Gerais 

A menina morreu no dia 24 de março, após ter seu corpo totalmente queimado. A reconstituição do crime, que será tratado como homicídio doloso, deve ocorrer nos próximos dias.

Os cinco envolvidos foram presos preventivamente por 30 dias e levados para cadeias da região. Os nomes deles não foram divulgados pela polícia. A polícia disse não poder informar também o nome do advogado dos suspeitos.

Uma reconstituição do crime, que foi enquadrado como homicídio doloso, deverá ser feita nos próximos dias com a presença dos suspeitos.

As prisões aconteceram depois de quase um mês de investigação sobre a morte de Maria Fernanda. A hipótese inicial era de que a menina havia sofrido um acidente doméstico e se queimado em uma churrasqueira.

Maria Fernanda foi sepultada no dia 25 de março no distrito de Santo Antônio do Rio Grande, na cidade mineira de Fronteira, a cerca de 60 km de Frutal.

De acordo com o delegado Murilo Cézar Antonini Pereira, o pai da criança, que não estava no momento do suposto acidente, foi o primeiro a desconfiar da versão dos familiares e levou o caso até a polícia.

Quatro pessoas da mesma família e um suposto líder espiritual foram presos em Frutal (MG) | Foto: Celly de Paula/ Rádio 97 FM

No primeiro depoimento dos suspeitos, logo após a morte da criança, eles disseram que a vítima havia se queimado em uma churrasqueira durante um churrasco na casa dos avôs maternos da criança. Na ocasião, os familiares tentaram socorrer a menina, sendo que também sofreram queimaduras leves.

Durante as investigações, a polícia disse ter constatado que essa não seria a real versão dos fatos e que a criança teria sofrido as queimaduras durante um ritual "de evocação e incorporação de espíritos malignos", com a participação da mãe, avôs, tia e de um guia espiritual.

"Foram ouvidas testemunhas e os médicos que atenderam a vítima e os laudos periciais analisados, com isso concluímos que a vítima teria participado de um ritual religioso, sendo que um líder espiritual teria jogado álcool no corpo da criança e, posteriormente, ateado fogo, usando uma vela", afirmou o delegado.

Operação policial que prendeu cinco suspeitos em Frutal (MG) ocorreu um mês após morte de menina | Foto: Polícia Civil de Minas Gerais/Divulgação

Além das cinco prisões também foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão. Celulares e documentos foram apreendidos e podem ajudar a polícia a entender a motivação do crime.

Os suspeitos prestaram novos depoimentos, que ainda não foram divulgados pela Polícia.