Casal acusa enfermeira de racismo em hospital de Americana

 



Um casal que contratou os serviços do Hospital São Francisco, em Americana, para o nascimento da filha, em março último, acusa uma auxiliar de enfermagem de racismo. Após um pedido dos advogados da família feito ao MP (Ministério Público), a Polícia Civil do município instaurou inquérito para apurar o caso.

Gustavo Augusto Rodrigues, 27, profissional de marketing, disse em entrevista ao LIBERAL que a filha nasceu em 8 de janeiro. No mesmo dia, ele foi até a sala de atendimento do hospital, onde a menina recebia alguns cuidados, quando uma das enfermeiras teria dito: “Olha o papai aí”.

Neste momento, de acordo com relato de Gustavo, a auxiliar de enfermagem Franciele Suelen Borges, olhou para trás e disse para ele: “Nossa, mas ela é tão clarinha e você não é branco”.

Gustavo, então, pediu para falar com a enfermeira superior, que tentou amenizar a situação. Franciele teria ouvido a conversa e tentado se justificar. “Na tentativa de se justificar, ela começou a falar cada vez mais besteira”, disse.

Depois disso, a auxiliar levou a filha do casal para ser amamentada e ao entregar a menina para a mãe, a dona de casa Daiane da Silva Rodrigues, 24, disse: “Vamos tomar um leite de chocolate”, em alusão à cor da pele da vítima.

“Entendi que a situação era grave, comuniquei à superior dela e nada foi feito. Resolvi, então, registrar ocorrência e reclamar por escrito no hospital. Como nenhuma providência foi tomada, procurei um advogado para iniciar uma investigação”, explica Gustavo.

No pedido enviado ao MP, o advogado da família, William Oliveira, afirma que as condutas praticadas por Franciele configuram crimes de injúria racial. “Ela ofendeu a dignidade e o decoro do casal, utilizando-se de elementos referentes a cor, questionando a paternidade e falando em leite com chocolate”, diz.

O LIBERAL questionou o Hospital São Francisco sobre o ocorrido, mas a unidade de saúde não se manifestou. A auxiliar de enfermagem foi contatada pela reportagem por meio de mensagem, disse que estava à disposição para conversar, mas depois não deu mais retorno.

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) foi questionada sobre o caso, mas não se pronunciou até o fechamento desta edição.

“Tínhamos acabado de ter uma filha, era um momento feliz e jamais imaginaríamos ter que passar por uma situação assim”, lamenta Gustavo sobre o caso.

Fonte>< O LIBERAL