Nesta quarta-feira (21), os diretores do BC (Banco Central) voltam a se reunir para dar um ponto final no ciclo de alta dos juros básicos da economia, que elevou a taxa Selic de 2% ao ano para 13,75% ao ano desde março do ano passado, com o objetivo de conter o avanço da inflação.
O veredito, a ser anunciado após o fechamento do dia, ainda divide o mercado financeiro. Enquanto os analistas preveem a manutenção da Selic no patamar atual, alguns membros do Copom (Comitê de Política Monetária) não descartam a possibilidade de elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual.
“O comitê avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião”, diz a ata do último encontro do colegiado, no qual os juros básicos foram elevados em 0,5 ponto percentual, o que confirmou o mais longo ciclo de aperto monetário da história. A 12ª alta consecutiva levou a taxa Selic a 13,75% ao ano, o maior patamar desde 2017.
No início do mês, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, avisou que o Copom vai avaliar "possível ajuste final" dos juros. A posição é a mesma defendida pelo diretor de Política Monetária, Bruno Serra, que vê as expectativas para a inflação de 2024 como um incômodo atual para a autoridade monetária.
As percepções levam em conta que a taxa Selic é o principal instrumento de política monetária com potencial para reduzir a inflação. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas opções de investimento pelas famílias.
Na quarta (20), os oito diretores da autoridade monetária realizaram apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas da economia e o comportamento do mercado financeiro. O colegiado também já iniciou a análise de cenários e conjuntura, etapa que será finalizada nesta quarta-feira (21).
Após todas as discussões, a decisão a respeito dos novos juros será anunciada após as 18h30 e ficará vigente pelo menos até o dia 26 de outubro, quando os diretores do Copom voltarão a se encontrar para discutir novamente a conjuntura econômica nacional. Para o mercado financeiro, a Selic seguirá no atual patamar até o fim deste ano.
A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. Ela é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.
Em linhas gerais, a Selic é a taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo a empresas ou consumidores em forma de empréstimo ou financiamento. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.
A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, perto da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas opções de investimento.
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexo nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.
Fonte:R7