Saiba por que é tão difícil prever a ocorrência de terremotos

 



Um terremoto de magnitude 7,8 na escala Richter atingiu a Turquia e a Síria na última segunda-feira (6), resultando em mais de 22 mil mortes, até o momento. Desde a ocorrência do tremor, o país está mobilizado para lidar com a imensa destruição e inúmeras perdas. As operações de resgates não pararam desde o abalo sísmico, o mais forte na região desde 1939.

Os terremotos acontecem por uma movimentação natural do planeta Terra: as placas tectônicas, enormes placas de rocha da crosta terrestre, se movem. A causa do terremoto, na maioria das vezes, são as falhas que existem nessas placas.

Quando ocorre um deslocamento entre os dois blocos, de um lado e de outro desta superfície, ondas sísmicas que irradiam a partir do ponto desse movimento abaixo da superfície da Terra são geradas.

ARTE/R7 (VIA SERVIÇO GEOLÓGICO DOS ESTADOS UNIDOS/SOB LICENÇA CREATIVE COMMONS)

São essas ondas que causam os tremores responsáveis por movimentar tudo o que está na superfície. O resultado são estragos devastadores, como o mais recente da Turquia. 

A magnitude — ou seja, a força de um terremoto — é medida pelos especialistas com o uso dos sismógrafos digitais, que recebem um número da escala Richter (unidade de medida utilizada para os tremores). O aparelho calcula pelo menos três medições, que mapeam a localização, duração e tamanho.

Mas é possível prever os terremotos?

Existe um grande questionamento sobre a possibilidade de prever terremotos, como uma possível maneira de evitar tantas vítimas e destruição. Tim Wright, do Centro de Observação e Modelagem de Terremotos, Vulcões e Tectônicas (COMET), com sede no Reino Unido responde essa dúvida: "Não estamos nem perto de uma previsão de curto prazo"

Uma página na web matida pelo USGS (Serviço Geológico dos Estados Unidos), que documenta os eventos sísmicos globais, desmascarara mitos de previsão, uma possibilidade ainda sem qualquer base científica.

Depois da ocorrência de um terremoto, muitos dados são analisados e coletados para que algumas informações sobre o evento sejam compreendidas. "Podemos fazer cálculos sobre lugares que são mais ou menos propensos a sofrer terremotos como resultado de [outro]", explica Wright ao site da rede Al Jazeera.

Mesmo com tecnologias bastante avançadas, prever um tremor com antecedência, ainda não é possível para cientistas. Em locais em que terremotos são comuns, sistemas de alerta antecipado avisam sobre o abalo sísmico apenas com alguns segundos de antecedência.

"Mas simplesmente não sabemos quando. Não sabemos se pode ser um único terremoto de magnitude 8 ou dez terremotos de magnitude 7”, reafirma o especialista.

*Estagiária do R7, sob supervisão de Filipe Siqueira

VEJA TAMBÉM: Fotos registram os momentos comoventes dos resgates na Turquia e na Síria