A criança, de 3 anos, que ficou 40 dias sem comer teve alta hospitalar na tarde desta quinta-feira (22), após 20 dias internada, informou ao R7 a Santa Casa de Rio Claro, no interior de São Paulo, onde a menina recebia tratamento.
As médicas Flávia Meneghetti e Samila Batelochi Gallo, responsáveis pela recuperação da vítima, contam que o processo de realimentação dela foi lento, "com dieta a princípio pastosa, com aumento gradual de proteínas e calorias e com suplementação de vitaminas e minerais adequados para a situação atual dela".
A menina chegou a ter sequelas para falar, sentar e andar. Vinte dias depois, as especialistas sentiram que já era a hora da menina sair do hospital.
Questionada, a Santa Casa de Rio Clara preferiu não informar para onde a menina vai, já que o pai dela foi o responsável por deixá-la tanto tempo sem comer.
A intenção do homem era fazer com que ele e a própria filha morressem de fome, conforme confessou aos guardas civis que resgataram a vítima.
Um homem, de 36 anos, foi detido sob suspeita de maus-tratos à filha, de 3, no dia 2 de junho. De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), o suspeito confessou que deixou a menina sem comer por 40 dias.
A prisão ocorreu em um condomínio no bairro Jardim Portugal, também em Rio Claro. Policiais militares foram acionados para acompanhar um representante do Conselho Tutelar após terem recebido uma denúncia de maus-tratos no local.
Ao entrarem na casa, encontraram a criança apenas de fralda, em situação degradante. Segundo os agentes, ela estava desnutrida, com ossos à mostra.
O acusado, pai da menina, também estava debilitado e disse aos policiais que tanto ele quanto a criança não se alimentavam havia 40 dias e que não procurou ajuda por não ter familiares na cidade.
Um dia depois o homem foi solto, porque a Juistiça entendeu que ele se encontrava em extrema vulnerabilidade. A mãe da menina morreu no parto.
O promotor Cássio Sartori foi contra a decisão. Para ele, o caso se trata de uma tentativa de homicídio, pois o homem tinha o dever de alimentar a filha e evitar sua morte.
No recurso, Sartori afirma que o pai impedia aproximações entre a menina e a sua avó, que o procurava com frequência para ajudar financeiramente e com alimentos. Oficiais de Justiça já haviam tentado entrar no apartamento anteriormente, mas foram impedidos pelo homem.
O promotor também informou que o inventário de bens deixados pela mãe do acusado mostra que ele tinha bens e recursos financeiros para alimentar a filha.
FONTE:R7