Além de enfermeira, só 3 mulheres foram para a prisão perpétua no Reino Unido; veja o que fizeram

 




A enfermeira britânica Lucy Letby, de 33 anos, foi condenada à prisão perpétua nesta segunda-feira (21) por ter assassinado sete recém-nascidos e tentado matar outros seis. Além dela, apenas três mulheres receberam a mesma condenação na história do Reino Unido: Myra Hindley, Rosemary West e Joanna Dennehy. A aplicação da pena é incomum na legislação inglesa.

Myra Hindley e o companheiro, Ian Brady, escandalizaram o mundo na década de 1960 depois de assassinarem várias crianças. Estima-se que o casal tenha feito mais de cinco vítimas, das quais quatro foram abusadas sexualmente e uma nunca teve o corpo encontrado. Myra morreu em 2002, aos 60 anos. Brady veio a falecer em 2017, aos 79 anos.

Myra e Brady ficaram conhecidos como "os assassinos do pântano", por motivo autoexplicativo. Todas as vítimas foram levadas para um pântano, estupradas e mortas na sequência. Segundo escritos encontrados no diário de Myra, ela se excitava sexualmente com os estupros de Brady.

Enquanto Myra teve uma juventude aparentemente normal, Ian Brady desde muito cedo demonstrava ser um menino rebelde. Aos 15 anos, ele se isolou e passou a se afastar das pessoas e buscar refúgio em biografias como as do ditador nazista Adolf Hitler e do marquês de Sade, aristocrata e escritor francês que deu origem ao termo "sadismo" a partir de suas obras.

Brady foi durante muito tempo "o homem mais odiado da Grã-Bretanha", segundo o The Guardian, pois foi ele quem iniciou e executou os assassinatos. Apesar disso, Myra também teve um papel importante nos crimes. Em dezembro de 1995, depois de ter sido descrita como psicopata em um artigo do The Guardian, ela escreveu um longo ensaio para o jornal no qual assume a maior parte da culpa pelo que aconteceu.

Rosemary West

Rosemary West, a segunda mulher condenada à prisão perpétua no Reino Unido, tem uma história parecida com a de Myra. Ela também atuou com o marido, Fred West, para cometer uma série de assassinatos entre 1973 e 1987. O casal vivia junto em uma residência em Gloucester, cidade no sudoeste da Inglaterra, que posteriormente ficaria conhecida como a Casa dos Horrores.

No porão da casa suburbana, Rosemary e Fred estupravam, torturavam, açoitavam diversas pessoas, principalmente pensionistas e jovens que aceitavam suas caronas. Após os crimes, eles escondiam os cadáveres na adega; mais tarde, passaram a atirá-los no jardim.

Entre as vítimas das crueldades dos West estão as próprias filhas biológicas do casal. Mae, uma delas, era obrigada a agendar encontros de prostituição para a mãe e, depois, era estuprada, assim como a irmã Anne Marie.

Rosemary se prostituía para conseguir dinheiro, e a conduta era aprovada por Fred. Ele não só a incentivava, como, por muitas vezes, assistia aos encontros sexuais.

Tanto Rosemary quanto Fred tiveram a infância e juventude conturbadas. Rose cresceu com uma mãe depressiva e um pai violento. Já Fred tinha problemas com a polícia e foi preso logo no início da relação. Ele cometeu suicídio assim que chegou à cadeia, aos 53 anos.

Joanna Dennehy

Joanna Dennehy, a terceira mulher a ser condenada à prisão perpétua no Reino Unido, teve um histórico criminal diferente do de Myra e Rosemary. Ela agiu sozinha e, em vez de atacar presas mais fáceis, como mulheres e crianças, tinha homens como alvo dos crimes. Ela mirou especificamente homens durante sua matança e disse que não queria matar uma mulher, especialmente uma com filhos.

Em 2013, Joanna foi presa após ter matado três homens e deixado outros dois lutando pela própria vida em um período de dez dias. As vítimas foram encontradas esfaqueadas e jogadas em valas. Mais tarde, os psiquiatras a diagnosticaram com "distúrbios psicopáticos, antissociais e de instabilidade emocional".

Em entrevista ao documentário Joanna Dennehy, que foi ao ar no canal Crime + Investigation, a mãe de Joanna, Kathleen, afirmou que a filha mantinha boas notas na escola, adorava esportes e era uma criança sensível e amorosa.

"Ela era muito sensível. Se ela pisasse em um verme ou algo assim, ela ficaria muito chateada se ele morresse, e costumava levá-los para a cama com ela. Ela era uma garota amorosa", afirmou.

"A garota que matou aquelas pessoas não é minha filha. Minha filha é aquela garota legal de 16 anos que nunca voltou para casa", acrescentou.

FONTE:R7