MPF-SP pede que investigações sobre joias de Jair Bolsonaro sejam enviadas ao STF

 




O Ministério Público Federal de São Paulo (MPFSP) solicitou à Justiça Federal que as investigações sobre as joias recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em viagens internacionais sejam enviadas para o Supremo Tribunal Federal (STF). O inquérito é sigiloso, e a informação foi confirmada pelo R7

O MPF em Guarulhos fez o pedido na sexta-feira (11) e aguarda essa autorização para remeter as investigações para a Corte.

Em março deste ano, a Receita Federal acionou o MPF em Guarulhos para apurar o caso das joias trazidas ao país pelo ex-presidente. As joias com diamantes foram avaliadas em R$ 16,5 milhões. Elas eram presente do governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Na semana passada, as investigações da Polícia Federal sobre as vendas ilegais de joias presenteadas por autoridades internacionais ganharam mais um capítulo. A PF descobriu que, em 30 de dezembro de 2022, joias foram transportadas para os Estados Unidos no avião presidencial de forma oculta.

Fotos de joias tinham sido apagadas do celular de Mauro Cid

Fotos de joias tinham sido apagadas do celular de Mauro Cid

REPRODUÇÃO/PF

Além disso, a PF pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal da ex-primeira-dama e do ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar de o ex-chefe do Executivo e a esposa não terem sido alvo da última operação sobre as joias, um relatório de investigação mostra que pode haver relação direta deles com o caso. O uso de avião público para transportar bens a serem vendidos nos Estados Unidos e as mensagens que organizam a entrega de US$ 25 mil "em mãos" ao ex-presidente estão entre os indícios encontrados pela Polícia Federal.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), vê "determinação" de Bolsonaro para o esquema. A defesa do ex-presidente afirmou que ele "jamais se apropriou ou desviou quaisquer bens públicos".

A PF também informou que Michelle esqueceu joias na embaixada do Brasil em Londres durante a viagem para participar do funeral da rainha Elizabeth 2ª, em setembro de 2022, segundo uma troca de emails de ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro. Os itens, que estavam dentro de uma caixa de papelão, foram encontrados embaixo da cama do quarto em que Michelle e o ex-presidente ficaram hospedados. A assessoria da ex-primeira-dama nega que os objetos pertenciam a ela.

A operação de sexta-feira (11) teve como alvo o general Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Cid, o tenente do Exército Osmar Crivelatti e o ex-advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef.

Na avaliação de Moraes, que liberou as buscas e apreensões de sexta, os dados analisados pela PF indicam a possibilidade de o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal da Presidência da República (GADH/GPPR) — órgão responsável pela análise e definição do destino de presentes oferecidos por uma autoridade estrangeira ao presidente da República — "ter sido utilizado para desviar, para o acervo privado do ex-presidente da República, presentes de alto valor, mediante determinação de Jair Bolsonaro".

Fonte:R7