Brasil deve continuar sem horário de verão em 2023





    Se fosse final de setembro de 2018, estaríamos nos preparando para o início do horário de verão — afinal, nos primeiros finais de semana de outubro, os relógios eram tradicionalmente adiantados em um hora, e continuavam assim até o mês de fevereiro do ano seguinte. Apesar dos ensaios para retomar a medida, extinta oficialmente em 2019, o Brasil deve continuar sem o horário especial para o verão neste ano.

    Na história brasileira, a primeira vez que as mudanças no relógio para o horário de verão foram adotadas foi em outubro de 1931, após decreto do então presidente Getúlio Vargas. Na época e por muitos anos, perdurou o entendimento de que a medida poupava energia elétrica, enquanto estimulava a população a aproveitar a luz natural — de forma simples, anoitecia mais tarde e ninguém precisava acender as luzes quando chegava em casa.

    Por que não vai ter horário de verão neste ano?

    A questão é que, pelo menos para este ano, as análises técnicas do Ministério de Minas e Energia (MME) indicam que não há necessidade da volta da medida, já que não há risco de problemas envolvendo o fornecimento de eletricidade, o que poderia gerar apagões, segundo apuração do jornal Folha de S. Paulo.

    Até o momento, nenhum comentário público foi feito sobre a questão, e a expectativa é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não implemente a medida — apesar dos relatórios, a decisão final é do Palácio do Planalto.

    Para entender o nível de segurança em relação ao fornecimento de energia, os reservatórios de água das hidrelétricas estão cheios — esta é a principal fonte de energia utilizada para produzir eletricidade no país. Além disso, o Brasil expande as formas de geração de energia mediante outras fontes renováveis, como solar e eólica, o que pode garantir a oferta a custos menores, em caso de necessidade.

    Entendimento do MME sobre o horário de verão

    Cabe destacar que, em outubro de 2021, o MME se posicionou sobre o fim do horário de verão no país. Na época, a pasta afirmou que "os estudos mostraram que a medida [de adiantar os relógios em uma hora] deixou de produzir os resultados esperados, perdendo a razão de ser aplicada".

    Além disso, a pesquisa teria concluído que "não foi identificada economia significativa de energia, pois a redução observada no horário de maior consumo, ou seja, das 18h às 21h, é compensada pelo aumento da demanda em outros períodos do dia, especialmente no início da manhã". Em paralelo, confirmou que, naquele momento, o Brasil também possuía “recursos energéticos suficientes para o adequado atendimento à potência".

    Fonte: MME Folha de S. Paulo