'Masturbação coletiva': alunos da Unisa voltam às aulas após decisão judicial

 




Os 15 alunos de medicina que foram expulsos da Unisa (Universidade Santo Amaro) vão voltar às aulas nesta quarta-feira (27), após decisão judicial. Na semana passada, vídeos do grupo participando de uma "masturbação coletiva", durante um torneio universitário em São Carlos, interior de São Pauloviralizaram nas redes sociais.

A juíza Denise Aparecida Avelar, da 6ª Vara Federal Cível de São Paulo, acatou o pedido de um dos 15 estudantes e determinou, em caráter liminar, na segunda-feira, o retorno dele às atividades acadêmicas, com a reposição das aulas e de demais atividades não realizadas. 

Na decisão, ela pontuou que a expulsão foi ilegal. "A Instituição de Ensino Superior agiu sem que antes fosse instaurado procedimento administrativo regular para apuração dos fatos imputados à parte impetrante, em violação aos princípios constitucionais do devido processo legal, contraditório e ampla defesa", afirmou a magistrada.

Entretanto, o advogado Marco Aurélio Carvalo, que representa a Unisa, explicou ao R7 que a decisão referente a um dos estudantes será estendida a todos os universitários, pois a juíza cancelou os efeitos da portaria que determinou a expulsão. Portanto, todos vão retornar às aulas e terão direito a defesa em processo de sindicância interna.

"Nós mandamos um recado poderoso para a sociedade e para a nossa comunidade acadêmica. Nós não aceitamos comportamentos anticivilizatórios e indignos com uma profissão tão importante como essa, que é a profissão médica", declarou o advogado.

Baixa resolução

Nos vídeos que viralizaram, os universitários aparecem seminus e com os rostos e corpos pintados de preto, o que dificulta a identificação. As imagens também são de baixa resolução.

À reportagem, o advogado de um dos alunos expulsos, Renato Franco de Campos, relatou que o cliente estava nos jogos universitários, mas não praticou nenhum ato considerado obsceno. Segundo ele, a universidade se sentiu “obrigada” a tomar alguma medida contra os estudantes após a repercussão do caso.

“A maioria esmagadora dos alunos que foram expulsos são calouros. Os vídeos são de baixa resolução e parece que a identificação que a faculdade fez, num primeiro momento, não foi muito assertiva", disse Campos.

Investigação

O episódio é investigado como ato obsceno (manifestação sexual em público capaz de ofender o pudor) e importunação sexual pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de São Carlos, onde a competição aconteceu.

De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), os alunos devem ser ouvidos nos próximos dias para esclarecimentos dos fatos.

Fonte:R7