Após três semanas de guerra, Israel ainda luta para identificar mortos

 




Três semanas atrás, a base das FDI (Forças de Defesa de Israel) em Shura estava entre os postos militares mais silenciosos do país. Localizado no meio do território israelense, o local servia principalmente como centro logístico das FDI.

Tudo isso mudou no dia 7 de outubro, após o grupo terrorista Hamas iniciar um ataque em massa a múltiplas bases militares, kibutz e cidades no sul de Israel, bem como a um festival de música, totalizando mais de 1.400 pessoas mortas. 

Agora, Shura é um dos poucos locais em Israel onde os mortos ainda são trazidos para identificação. É lá que as horríveis atrocidades são fotografadas e registradas, e os corpos são limpos e preparados para o enterro pelas suas famílias.

“Estamos numa situação anormal e é por isso que está demorando tanto tempo para identificar os corpos”, disse o coronel Rabino Haim Weisberg, chefe da divisão rabínica do exército, ao jornal Jewish Insider, que descreve os ataques como um “massacre”.

“Na maioria dos casos, tivemos que identificar as pessoas através do DNA de tecidos profundos ou registros dentários porque não sobrou nada”, continuou ele. “E ainda estamos recebendo corpos.”

Tendas brancas

A operação em Shura não acontece em um laboratório forense, mas em grandes tendas brancas erguidas numa área aberta, rodeadas por estranhas filas de contêineres refrigerados. Dentro de cada caixa de metal estão dezenas de cadáveres cuidadosamente embrulhados e sacos com partes de corpos recuperados de locais que ainda não foram avaliados.

“São coisas que não víamos desde os nazistas”, disse Weisberg. “Vemos caminhões chegarem com famílias inteiras lá dentro — avós, mães, pais e filhos — e continuamos a recolher corpos nas estradas, casas, parques infantis e campos onde foram mortos.”

Weisberg falou não apenas sobre corpos inteiros, mas também sobre restos mortais carbonizados, incluindo o que, num caso, revelou-se ser restos mortais tão gravemente queimados que apenas uma tomografia computadorizada mostrou que eram, na verdade, uma mãe e um bebê unidos num abraço.

“Em tempos normais, os rabinos aqui lidam com cadáveres, mas desta vez é anormal”, enfatizou Weisberg. “Aqui identificamos mais de 800 corpos só aqui e ainda há outros 400 esperando para serem examinados.”

No domingo, o exército disse que além dos 1.400 mortos e das cerca de 240 pessoas que ainda estão sendo mantidas como reféns pelo Hamas em Gaza, havia mais 100 pessoas ainda desaparecidas.

Alguns podem estar detidos por outros grupos terroristas, ou mesmo por indivíduos, dentro do enclave palestiniano. Outros ainda podem estar entre os mortos, ainda não identificados em locais como Shura.

Fonte:R7