Viajar de avião ficou mais caro neste ano. O preço da passagem aérea acumula alta de 48,11% em 2023, o maior aumento desde 2011, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), divulgado nesta quinta-feira (28), mostra que em dezembro o item subiu 9,02% e foi responsável pelo maior impacto na prévia da inflação, que ficou em 0,4%.
Segundo analistas, o valor das passagens aéreas tem sofrido oscilações em decorrência de diversos fatores, como o preço do querosene de aviação e a taxa de câmbio, além da baixa oferta em um momento de alta demanda pelas férias e pelas temperaturas elevadas.
A última pesquisa da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), de outubro, confirmava a evolução e mostrava que o preço médio da passagem aérea era de R$ 741,47 (valor corrigido pela inflação oficial). Trata-se do maior valor desde que a análise passou a ser realizada, em 2010. No mesmo mês do ano passado, o preço médio dos bilhetes era 10,8% menor, de R$ 669,12.
Para driblar a alta dos bilhetes, a orientação é planejar a viagem com antecedência. "O que vai ajudar na busca por uma oferta com bom custo-benefício é planejar e comprar com antecedência", afirma Gustavo Vedovato, country manager do metabuscador de viagens Kayak no Brasil.
Segundo ele, o mais recente relatório de tendências de viagens feito pela empresa indicou o período de Natal, Ano-Novo e início de janeiro como o de maior pico de buscas por passagens. "Por isso, definir os destinos pelos quais se tem interesse e a data específica dentro da temporada de férias, para começar a monitorar preços e avaliar a projeção de valores, é uma das primeiras e mais importantes etapas", orienta.
Além disso, Vedovato diz que ser flexível quanto às datas de partida e aos destinos também pode ajudar na economia, assim como considerar partir de aeroportos alternativos (que não são os principais da cidade).
De acordo com um relatório feito pela empresa, em datas específicas e para viagens mais longas, como as férias de julho e as de fim de ano, os brasileiros planejam a viagem com cerca de um ano de antecedência. O volume de pesquisas vai aumentando de forma gradual até a data da viagem.
"Já para o Carnaval, a população começa a se planejar dez meses antes, mas é possível notar que a grande maioria dos viajantes busca mais perto da data, a partir do dia 1º de janeiro", revela.
Com as férias escolares, a concorrência por espaço em voos, hospedagem e restaurantes se torna uma agravante. “Essas forças combinadas dificultam a obtenção de descontos favoráveis, termos contratuais ou outros benefícios para os viajantes nas negociações com fornecedores”, diz Luiz Moura, cofundador da agência de viagens corporativas Voll e conselheiro de turismo da FecomercioSP. Veja a seguir as orientações da Voll para driblar os preços altos das passagens aéreas:
O consumidor terá tempo hábil para acompanhar as variações de preço. O ideal é se programar para antecipar a compra das passagens para pelo menos três semanas antes da data da viagem. Por exemplo, em uma ponte aérea que sai do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com destino ao Santos Dumont, no Rio de Janeiro, a mesma passagem pode ter aumento de até 216% se, em vez de comprada com 20 dias de antecedência, ela for adquirida apenas três dias antes.
Teste turnos e dias diferentes ao simular a compra de passagens aéreas para a mesma viagem.
Teste também um dia antes ou depois para a partida e a chegada, para a mesma viagem, quando possível. Como estratégia de retomada sustentável de negócios, muitas redes de hotéis estão adotando políticas de precificação dinâmica — similar à que já é praticada pelos aplicativos de mobilidade urbana —, elevando os preços das diárias em períodos de alta procura e ocupação.
Avalie ainda opções variadas de aeroportos. Um exemplo é Maragogi, em Alagoas. A cidade do litoral nordestino está praticamente à mesma distância tanto do aeroporto de Maceió (124 km), capital do mesmo estado, quanto do Recife (130 km), capital do estado vizinho Pernambuco.
No caso do viajante corporativo, a empresa que tem em mãos ferramentas modernas, como plataformas que oferecem recursos arrojados, terão com certeza mais chance de economizar, pois por meio delas é possível ter comparativos de preços, mais agilidade e transparência no processo de reservas.
Férias escolares, feriados prolongados e datas comemorativas costumam ter uma grande procura, e, portanto, o custo das passagens tende a aumentar nessas épocas.
Essas iniciativas permitem o acúmulo de pontos a cada trecho voado, que podem virar novas passagens ou compras em parceiros.
Fonte: Voll, Kayak e Latam