Três em cada dez brasileiros vivem com risco de fome, mostra IBGE

 




A quantidade de brasileiros que enfrentam algum tipo de insegurança alimentar chegou a 64,1 milhões em 2023. Dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada nesta quinta-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística), mostram que o número representa 29,7% da população, hoje estimada em 216,1 milhões.

Desse total, 53,78 milhões moram em áreas urbanas e os outros 10,36 milhões em áreas rurais.

Segundo o estudo, 8,6 milhões de brasileiros – 4% da população – sofrem com insegurança alimentar grave, ou seja, não têm o que comer todos os dias.

O IBGE classifica a segurança alimentar como sendo o acesso pleno e regular aos alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais. Já a insegurança alimentar é classificada em três níveis – leve, moderada e grave – da seguinte maneira:

• Insegurança alimentar leve: quando há preocupação com o acesso aos alimentos no futuro, além de queda na qualidade adequada dos alimentos resultante de estratégias que visam não comprometer a quantidade de alimentação consumida.

• Insegurança alimentar moderada: quando os moradores, sobretudo os adultos da família, passaram a conviver com a restrição quantitativa de alimentos.

Número diminui em cinco anos

O resultado mostra que o número de brasileiros com insegurança alimentar diminuiu em cinco anos. A Pesquisa de Orçamentos Familiares, com dados de 2018, mostrou que, à época, 84 milhões de pessoas (41%) viviam nessa situação e outras 10,3 milhões não tinham o que comer todos os dias.

Já no comparativo com a Pnad de 2013, os números estão piores. Naquele ano, 25,8% da população estava em situação de insegurança alimentar, 3,9 pontos percentuais a menos do que o de 2023, e outros 3,9% não tinham o que comer.

Por região e estados

De acordo com o estudo, o Norte é a região com maior proporção de domicílios com pessoas passando por algum tipo de insegurança alimentar. Ao todo, são 39,7% de domicílios nessa situação. Em seguida, vem o Nordeste, com 38,8% de casas sem pleno acesso à alimentação. Na sequência, aparecem o Centro-Oeste (24,3%), Sudeste (23%) e Sul (16,6%).